O bullying nas crianças
Embora não seja um fenómeno recente, o bullying tem sido amplamente divulgado pelos meios de comunicação social nos últimos tempos, alertando pais, professores e crianças para a violência física e psicológica a que muitos alunos são sujeitos diariamente dentro do recinto escolar.
O que é?
Resumidamente, o bullying é quando uma ou mais pessoas tenta manter sistematicamente o poder sobre outra pessoa, fazendo ou dizendo coisas que a magoem. No caso das crianças, obullying pode manifestar-se de várias formas: intimidação e agressividade contínua, chamar nomes, exclui-las das atividades, dizer ou escrever coisas desagradáveis sobre a mesma, insultá-las, deixar de falar para elas, ameaçá-las, ridicularizá-las, fazê-las sentirem-se desconfortáveis, assustá-las ou meter-lhes medo, levar ou danificar os seus bens pessoais, obrigá-las a fazerem algo que não querem, bater-lhes.
Porquê o bullying?
Quem pratica bullying fá-lo pelos mais variados motivos: quer ser popular, quer parecer “durão”, quer ser a pessoa que manda, gosta de ser o centro das atenções, gosta que as outras crianças tenham medo dele(a), tem ciúmes da criança que está a atacar, quer alguma coisa que essa criança tem. As crianças que praticam bullying são normalmente altas, fortes, bonitas, impulsivas, dominadoras, intolerantes e emocionalmente mais frias. As vítimas debullying podem ser qualquer criança, mas na maioria dos casos é porque essa criança é, de alguma forma, diferente: estatura pequena/frágil, timidez, cor de pele diferente, peso a mais ou a menos, existência de alguma deficiência, uso de óculos, vestuário, por causa do seu nome ou devido à forma como fala. No fundo, para um bully qualquer criança serve para incomodar, mas principalmente aquelas que parecem não saber ou poder defender-se.
Sinais de alerta
Por norma, uma criança que é vítima de bullying é ainda ameaçada a manter-se em silêncio para não sofrer mais “consequências”. Existem, por isso, vários sinais de alerta aos quais os pais podem e devem estar atentos:
- Medo de ir para a escola
- Recusa a ida para a escola
- Choro frequente
- Isola-se no quarto
- Sintomas físicos como náuseas, vómitos, dores de cabeça (consequência do estado de ansiedade em que a criança se encontra)
- Sintomas psicológicos como angústia, nervos, tristeza, depressão
- Baixa autoestima
- Pesadelos e/ou insónias frequentes
- Ataques de fúria repentinos
- Maior violência em casa com os irmãos
- Diminuição de apetite, mudança nos hábitos alimentares
- Lesões inexplicadas
- Roupa rasgada/estragada sem explicação
- Bens pessoais danificados ou “perdidos”
- Dinheiro que “desaparece”
- Rendimento escolar começa a baixar de forma inexplicada
O que fazer?
No que toca ao bullying nas crianças, a atenção e a prevenção são palavras de ordem. Para além de estarem atentos aos sinais que podem denunciar a existência de bullying, os pais devem comunicar de forma aberta e contínua com as crianças que, em situação de bullyingpodem remeter-se ao silêncio por medo de represálias, por vergonha de contar aos pais, por acreditarem que a culpa é, de alguma forma, sua. Enquanto pais, é importante:
- Estar presente e saber exatamente tudo o que se passa na escola (bom e mau)
- Dar conforto e apoio a uma criança que confessa estar a ser vítima de bullying
- Congratular a criança por ter tido a coragem de falar sobre o assunto
- Falar com a criança sobre alguma experiência sua do género e como é que a ultrapassou
- Promover a autoestima da criança
- Evitar proteger a criança demasiado (pode levar a mais atos de bullying)
- Não incentivar vinganças, nem a violência física de retaliação
- Ensinar a criança a voltar as costas e a afastar-se de uma situação de bullying
- Motivar a criança a criar e manter o seu próprio grupo de amigos, evitando o isolamento
- Pedir à criança para andar sempre acompanhada (nos corredores, nos intervalos, quando for à casa de banho ou almoçar)
- Se a criança leva para a escola objetos que os bullys querem (telemóvel, MP3…), então deve passar a deixá-los em casa
- Fomentar uma relação de proximidade com os professores e a escola
- Denunciar os casos de bullying junto da escola
- Falar com os pais das crianças que praticaram o bullying, de preferência com a mediação da escola
- Se pensar que a criança corre perigo, comunicar o caso às autoridades oficiais
http://pequenada.com/artigos/bullying-criancas
Caso Casey Heynes: o bullying e a omissão da escola
O vídeo divulgado na internet gerou muita polêmica, mas quase ninguém se perguntou o que houve para a situação chegar a esse ponto. Confira a opinião dos especialistas
Elisa Meirelles (elisa.meirelles@abril.com.br)
A BRIGA NA ESCOLA
ENTREVISTA COM CASEY HEYNES
ENTREVISTA COM RICHARD GALE
Uma cena de bullying gravada em vídeo se espalhou rapidamente pela internet nos últimos dias e ganhou destaque na imprensa mundial. As imagens, registradas em uma escola australiana, mostram o momento em que Casey Heynes - aluno de 15 anos constantemente agredido pelos colegas - se rebela e parte para cima de um de seus agressores. Com o sucesso na rede, Heynes passou de vítima a herói. Alguns dias depois, os dois garotos eram entrevistados em programas de televisão, apresentando sua versão dos fatos (assista aos vídeos ao lado).
No calor da repercussão e na maneira superficial como o tema foi tratado pelas emissoras, perguntas fundamentais ficaram sem resposta. Qual o papel da escola na história? O que levou o garoto à reação extrema? Há, de fato, algum herói? Para responder a essas e outras dúvidas, NOVA ESCOLA ouviu as pesquisadoras Adriana Ramos e Luciene Tognetta, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (GEPEM) da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As considerações das especialistas têm como objetivo mostrar a professores, gestores e pais quais ensinamentos podem ser tirados do fato e como usá-lo no combate - constante - ao bullying.
O papel da escola
Pelos comentários publicados na internet sobre o vídeo e pela própria maneira como as reportagens foram editadas, percebe-se que quase ninguém questionou o papel de professores e gestores da escola australiana. As especialistas da Unicamp explicam que, por ser um problema que ocorre entre os alunos, o bullying pode mesmo demorar para ser detectado. "Em muitos casos, quando pais e professores ficam sabendo, a criança já sofre há pelo menos dois anos", comenta Adriana Ramos.
Essa dificuldade, no entanto, não deve serComo evitar o bullying?
É preciso que a escola tome providências não só para resolver os casos de bullying já diagnosticados, mas principalmente para evitar os novos. A questão deve ser vista como parte de um trabalho contínuo de construção de valores. "Não adianta, por exemplo, falar sobre bullying se os próprios professores ridicularizam ou humilham alunos em classe", alerta Adriana.
É preciso trazer o tema para o cotidiano da escola e discutir as relações interpessoais. Questionar os estudantes sobre os critérios que adotam para valorizar ou desprezar um colega, por exemplo, é uma boa estratégia. Com isso, é possível levá-los a refletir sobre as consequências de humilhar alguém para ser aceito pelo grupo. Colocações como essas devem fazer parte das conversas com os alunos antes mesmo de o bullying se manifestar.
Além do diálogo dentro da escola, é importante estabelecer um bom canal de comunicação com os pais. Muitos educadores caem no erro de transferir a responsabilidade sobre as atitudes dos estudantes para as famílias, que em geral não têm informação suficiente para lidar com a questão. Nas entrevistas concedidas pelos pais dos garotos australianos, fica clara a sensação de impotência. "Em geral, os pais não sabem o que fazer e é papel da escola mostrar a eles como agir", defende Luciene. Isso não quer dizer assumir toda a responsabilidade pela Educação das crianças, mas compartilhá-la com as famílias e buscar juntos a solução.
É preciso trazer o tema para o cotidiano da escola e discutir as relações interpessoais. Questionar os estudantes sobre os critérios que adotam para valorizar ou desprezar um colega, por exemplo, é uma boa estratégia. Com isso, é possível levá-los a refletir sobre as consequências de humilhar alguém para ser aceito pelo grupo. Colocações como essas devem fazer parte das conversas com os alunos antes mesmo de o bullying se manifestar.
Além do diálogo dentro da escola, é importante estabelecer um bom canal de comunicação com os pais. Muitos educadores caem no erro de transferir a responsabilidade sobre as atitudes dos estudantes para as famílias, que em geral não têm informação suficiente para lidar com a questão. Nas entrevistas concedidas pelos pais dos garotos australianos, fica clara a sensação de impotência. "Em geral, os pais não sabem o que fazer e é papel da escola mostrar a eles como agir", defende Luciene. Isso não quer dizer assumir toda a responsabilidade pela Educação das crianças, mas compartilhá-la com as famílias e buscar juntos a solução.
Como lidar com o bullying?
Quando a escola percebe sinais de bullying, há algumas ações importantes que precisam ser tomadas. "A primeira coisa a fazer é entender como o bullying acontece dentro do ambiente escolar", explica Adriana. Uma ideia é aplicar um questionário anônimo aos alunos com perguntas relacionadas ao tema. Feito esse primeiro levantamento, pode-se criar grupos de estudo com os professores para que eles compreendam o que é o bullying e como lidar com ele.
A terceira etapa do trabalho é o diálogo com os alunos. "Grupos de apoio, filmes, debates, discussões sobre o que caracteriza o bullying e as consequências dele são boas maneiras de abordar o tema com a classe", defende Adriana. Nesses momentos, vale propor atividades em que os estudantes se coloquem no papel tanto do agressor quanto da vítima e do expectador e mostrem como se sentem. usada como desculpa para a escola se eximir de responsabilidade. No caso australiano, há fortes indícios de que professores e gestores foram omissos. "Não é possível que ninguém viu o menino passar por tanta humilhação", comenta Luciene Tognetta. Tudo leva a crer que a escola não tomou as atitudes necessárias nem antes nem depois de o problema aparecer.
A reação da diretoria ao saber da briga reforça essa suspeita. Ao saber do ocorrido, a escola optou por suspender os dois alunos. Com isso, deixou de lado todas as características do bullying e passou a lidar com o problema como se fosse uma briga comum - sem dar importância para as razões que levaram Heynes ao ato de violência. "Ao suspender os dois, a escola não evidencia que, por trás da violência, está o bullying, nem dá a eles a chance de refletir sobre a questão", diz Adriana.
A história da escola australiana pode ser usada como ponto de partida para uma discussão em sala de aula. Mas, para tanto, é fundamental fugir do senso comum e levar a turma a refletir sobre como a situação chegou àquele ponto. Geralmente, a tendência das crianças é dizer apenas se o menino está certo ou errado e se concordam ou não com a atitude. Cabe ao professor ampliar a discussão e buscar relações com o dia a dia dos alunos.
Uma sugestão é começar a análise falando sobre a atitude de Heynes. Como em todas as histórias de bullying, a reação do garoto é o resultado de um processo de humilhação que começou anos antes. Em seu depoimento, ele conta que sofria agressões há mais de três anos e explica que todo o medo e a raiva que sentia o levaram a uma explosão de agressividade.
Mais do que pedir que a turma julgue o menino, vale discutir a importância de ele tomar uma atitude. Luciene explica que reagir ao bullying é um passo importante no combate ao problema. "Indignar-se e reagir são ações fundamentais para que o aluno aprenda a lidar com os medos e consiga se impor", diz ela. Isso não quer dizer, é claro, que a escola deve incitar a violência. Há outras maneiras de o aluno se colocar e dizer não às agressões sem ter que usar a força.
Além de analisar a reação de Heynes, é importante observar as atitudes de Richard Gale - o garoto que aparece nas imagens praticando as agressões -, dos colegas que assistem à cena e dão risada e do garoto que grava (e parece narrar) o vídeo. "O bullying só acontece se a criança que o pratica tem plateia", explica Adriana. Mesmo sem participar, quem assiste à cena e quem usa os meios digitais para divulgá-la legitima a agressão e dá força para que ela aconteça. "Se a escola quer combater o bullying, precisa fazer um trabalho voltado também para os que assistem", defende a especialista.
Por fim, é necessário mostrar aos alunos a gravidade do problema e levá-los a pensar sobre as consequências de "brincadeiras" e humilhações que se repetem no dia a dia escola. "Cabe ao professor refletir com os alunos sobre a história não para justificar o que foi feito, mas para fazer com que a turma entenda que o bullying leva a atitudes extremas e precisa ser levado a sério".
Uma sugestão é começar a análise falando sobre a atitude de Heynes. Como em todas as histórias de bullying, a reação do garoto é o resultado de um processo de humilhação que começou anos antes. Em seu depoimento, ele conta que sofria agressões há mais de três anos e explica que todo o medo e a raiva que sentia o levaram a uma explosão de agressividade.
Mais do que pedir que a turma julgue o menino, vale discutir a importância de ele tomar uma atitude. Luciene explica que reagir ao bullying é um passo importante no combate ao problema. "Indignar-se e reagir são ações fundamentais para que o aluno aprenda a lidar com os medos e consiga se impor", diz ela. Isso não quer dizer, é claro, que a escola deve incitar a violência. Há outras maneiras de o aluno se colocar e dizer não às agressões sem ter que usar a força.
Além de analisar a reação de Heynes, é importante observar as atitudes de Richard Gale - o garoto que aparece nas imagens praticando as agressões -, dos colegas que assistem à cena e dão risada e do garoto que grava (e parece narrar) o vídeo. "O bullying só acontece se a criança que o pratica tem plateia", explica Adriana. Mesmo sem participar, quem assiste à cena e quem usa os meios digitais para divulgá-la legitima a agressão e dá força para que ela aconteça. "Se a escola quer combater o bullying, precisa fazer um trabalho voltado também para os que assistem", defende a especialista.
Por fim, é necessário mostrar aos alunos a gravidade do problema e levá-los a pensar sobre as consequências de "brincadeiras" e humilhações que se repetem no dia a dia escola. "Cabe ao professor refletir com os alunos sobre a história não para justificar o que foi feito, mas para fazer com que a turma entenda que o bullying leva a atitudes extremas e precisa ser levado a sério".
Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal
Esse tipo de violência tem sido cada vez mais noticiado e precisa de educadores atentos para evitarem consequências desastrosas.
Andréia Barros (novaescola@atleitor.com.br), de João Pessoa (PB)
Entre os tantos desafios já existentes na rotina escolar, está posto mais um. O bullying escolar - termo sem tradução exata para o português – tem sido cada vez mais reportado. É um tipo de agressão que pode ser física ou psicológica, ocorre repetidamente e intencionalmente e ridiculariza, humilha e intimida suas vítimas. "Ninguém sabe como agir", sentencia a promotora Soraya Escorel, que compõe a comissão organizadora do I Seminário Paraibano sobre Bullying Escolar, que reuniu educadores, profissionais da Justiça e representantes de governos nos dias 28 e 29 de março, em João Pessoa, na Paraíba. “As escolas geralmente se omitem. Os pais não sabem lidar corretamente. As vítimas e as testemunhas se calam. O grande desafio é convocar todos para trabalhar no incentivo a uma cultura de paz e respeito às diferenças individuais”, complementa.
A partir dos casos graves, o assunto começou a ganhar espaço em estudos desenvolvidos por pedagogos e psicólogos que lidam com Educação. Para Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça de Minas Gerais, a imprensa também ajudou a dar visibilidade à importância de se combater o bullying e, por consequência, a criminalidade. "Não se tratam aqui de pequenas brincadeiras próprias da infância, mas de casos de violência, em muitos casos de forma velada. Essas agressões morais ou até físicas podem causar danos psicológicos para a criança e o adolescente facilitando posteriormente a entrada dos mesmos no mundo do crime”, avalia o especialista no assunto. Ele concorda que o bullying estimula a delinquência e induz a outras formas de violência explícita.
Seminário - Organizado pela Promotoria de Justiça da Infância e da Adolescência da Paraíba, em parceria com os governos municipal e estadual e apoio do Colégio Motiva, o evento teve como objetivo, além de debater o assunto, orientar profissionais da Educação e do Judiciário sobre como lidar com esse problema. A Promotoria de Justiça elaborou um requerimento para acrescentar os casos de bullying ao Disque 100, número nacional criado para denunciar crimes contra a criança e o adolescente. O documento será enviado para o Ministério da Justiça e à Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Durante o encontro também foi lançada uma publicação a ser distribuída para as escolas paraibanas, com o objetivo de evidenciar a importância de um trabalho educativo em todos os cenários em que o bullying possa estar presente – na escola, no ambiente de trabalho ou mesmo entre vizinhos. Nesse manual, são apresentados os sintomas mais comuns de vítima desse tipo de agressão, algumas pistas de como identificar os agressores, conselhos para pais e professores sobre como prevenir esse tipo de situação e mostram-se, ainda, quais as consequências para os envolvidos.
Em parceria com a Universidade Maurício de Nassau, a organização do evento registrou as palestras e as discussões – o material se transformará num vídeo-documentário educativo que será exibido nas escolas da Paraíba, da Bahia e de Pernambuco.
A partir dos casos graves, o assunto começou a ganhar espaço em estudos desenvolvidos por pedagogos e psicólogos que lidam com Educação. Para Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça de Minas Gerais, a imprensa também ajudou a dar visibilidade à importância de se combater o bullying e, por consequência, a criminalidade. "Não se tratam aqui de pequenas brincadeiras próprias da infância, mas de casos de violência, em muitos casos de forma velada. Essas agressões morais ou até físicas podem causar danos psicológicos para a criança e o adolescente facilitando posteriormente a entrada dos mesmos no mundo do crime”, avalia o especialista no assunto. Ele concorda que o bullying estimula a delinquência e induz a outras formas de violência explícita.
Seminário - Organizado pela Promotoria de Justiça da Infância e da Adolescência da Paraíba, em parceria com os governos municipal e estadual e apoio do Colégio Motiva, o evento teve como objetivo, além de debater o assunto, orientar profissionais da Educação e do Judiciário sobre como lidar com esse problema. A Promotoria de Justiça elaborou um requerimento para acrescentar os casos de bullying ao Disque 100, número nacional criado para denunciar crimes contra a criança e o adolescente. O documento será enviado para o Ministério da Justiça e à Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Durante o encontro também foi lançada uma publicação a ser distribuída para as escolas paraibanas, com o objetivo de evidenciar a importância de um trabalho educativo em todos os cenários em que o bullying possa estar presente – na escola, no ambiente de trabalho ou mesmo entre vizinhos. Nesse manual, são apresentados os sintomas mais comuns de vítima desse tipo de agressão, algumas pistas de como identificar os agressores, conselhos para pais e professores sobre como prevenir esse tipo de situação e mostram-se, ainda, quais as consequências para os envolvidos.
Em parceria com a Universidade Maurício de Nassau, a organização do evento registrou as palestras e as discussões – o material se transformará num vídeo-documentário educativo que será exibido nas escolas da Paraíba, da Bahia e de Pernambuco.
Como lidar com brincadeiras que machucam a alma
Sabe aqueles apelidos e comentários maldosos que circulam entre os alunos? Consideradas "coisas de estudante", essas maneiras de ridicularizar os colegas podem deixar marcas dolorosas e por vezes trágicas. Veja como acabar com o problema na sua escola e, assim, tirar um peso das costas da garotada
Meire Cavalcante (novaescola@atleitor.com.br)
A criançada entra na sala eufórica. Você se acomoda na mesa enquanto espera que os alunos se sentem, retirem o material da mochila e se acalmem para a aula começar. Nesse meio tempo, um deles grita bem alto: "Ô, cabeção, passa o livro!" O outro responde: "Peraí, espinha". Em outro canto da sala, um garoto dá um tapinha, "de leve", na nuca do colega. A menina toda produzida logo pela manhã ouve o cumprimento: "Fala, metida!" Ao lado dela, bem quietinha, outra garota escuta lá do fundo da sala: "Abre a boca, zumbi!" E a classe cai na risada.
O ambiente parece normal para você? Então leia esta reportagem com atenção. O nome dado a essas brincadeiras de mau gosto, disfarçadas por um duvidoso senso de humor, é bullying. O termo ainda não tem uma denominação em português, mas é usado quando crianças e adolescentes recebem apelidos que os ridicularizam e sofrem humilhações, ameaças, intimidação, roubo e agressão moral e física por parte dos colegas. Entre as conseqüências estão o isolamento e a queda do rendimento escolar. Em alguns casos extremos, o bullying pode afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.
Pesquisa realizada em 11 escolas cariocas pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia), no Rio de Janeiro, revelou que 60,2% dos casos acontecem em sala de aula. Daí a importância da sua intervenção. Mudar a cultura perversa da humilhação e da perseguição na escola está ao seu alcance. Para isso, é preciso identificar o bullying e saber como evitá-lo.
Um perigo para a escola
Em janeiro do ano passado, Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, entrou no colégio onde tinha estudado, em Taiúva (SP), e feriu oito pessoas com disparos de um revólver calibre 38. Em seguida, se matou. Obeso, ele havia passado a vida escolar sendo vítima de apelidos humilhantes e alvo de gargalhadas e sussurros pelos corredores. Atitude semelhante tiveram dois adolescentes norte-americanos na escola de Ensino Médio Columbine, no Colorado (EUA), em abril de 1999. Após matar 13 pessoas e deixar dezenas de feridos, eles também cometeram suicídio quando se viram cercados pela polícia. Assim como o garoto brasileiro, os jovens americanos eram ridicularizados pelos colegas.
Os exemplos de Edmar e dos garotos de Columbine, que tiveram reações extremadas, são um alerta para os educadores. "Os meninos não quiseram atingir esse ou aquele estudante. O objetivo deles era matar a escola em que viveram momentos de profunda infelicidade e onde todos foram omissos ao seu sofrimento", analisa o pediatra Aramis Lopes Neto, coordenador do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, desenvolvido pela Abrapia.
Um perigo para a escola
Em janeiro do ano passado, Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, entrou no colégio onde tinha estudado, em Taiúva (SP), e feriu oito pessoas com disparos de um revólver calibre 38. Em seguida, se matou. Obeso, ele havia passado a vida escolar sendo vítima de apelidos humilhantes e alvo de gargalhadas e sussurros pelos corredores. Atitude semelhante tiveram dois adolescentes norte-americanos na escola de Ensino Médio Columbine, no Colorado (EUA), em abril de 1999. Após matar 13 pessoas e deixar dezenas de feridos, eles também cometeram suicídio quando se viram cercados pela polícia. Assim como o garoto brasileiro, os jovens americanos eram ridicularizados pelos colegas.
Os exemplos de Edmar e dos garotos de Columbine, que tiveram reações extremadas, são um alerta para os educadores. "Os meninos não quiseram atingir esse ou aquele estudante. O objetivo deles era matar a escola em que viveram momentos de profunda infelicidade e onde todos foram omissos ao seu sofrimento", analisa o pediatra Aramis Lopes Neto, coordenador do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, desenvolvido pela Abrapia.
O espectador também participa do bullying?
Sim. O espectador é um personagem fundamental no bullying. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o alvo. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem responsável pela continuidade do conflito.
O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima nem se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido.
Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro.
Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro.
Se for pela internet, por exemplo, ele ‘apenas’ repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'', explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868).
Qual o papel do professor em conflitos fora da sala de aula?
O professor é um exemplo fundamental de pessoa que não resolve conflitos com a violência. Não adianta, porém, pensar que o bullying só é problema dos educadores quando ocorre do portão para dentro. É papel da escola construir uma comunidade na qual todas as relações são respeitosas.
''Deve-se conscientizar os pais e os alunos sobre os efeitos das agressões fora do ambiente escolar, como na internet, por exemplo'', explica Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação ''As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral'', da Universidade de Franca (Unifran).
''A intervenção da escola também precisa chegar ao espectador, o agente que aplaude a ação do autor é fundamental para a ocorrência da agressão'', complementa a especialista.
O professor também é alvo de bullying?
Conceitualmente, não, pois, para ser considerada bullying, é necessário que a violência ocorra entre pares, como colegas de classe ou de trabalho. O professor pode, então, sofrer outros tipos de agressão, como injúria ou difamação ou até física, por parte de um ou mais alunos.
Mesmo não sendo entendida como bullying, trata-se de uma situação que exige a reflexão sobre o convívio entre membros da comunidade escolar. Quando as agressões ocorrem, o problema está na escola como um todo. Em uma reunião com todos os educadores, pode-se descobrir se a violência está acontecendo com outras pessoas da equipe para intervir e restabelecer as noções de respeito.
Se for uma questão pontual, com um professor apenas, é necessário refletir sobre a relação entre o docente e o aluno ou a classe. ''O jovem que faz esse tipo de coisa normalmente quer expor uma relação com o professor que não está bem. Existem comunidades na internet, por exemplo, que homenageiam os docentes. Então, se o aluno se sente respeitado pelo professor, qual o motivo de agredi-lo?'', questiona Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação “As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral”, da Universidade de Franca (Unifran).
O professor é uma autoridade na sala de aula, mas essa autoridade só é legitimada com o reconhecimento dos alunos em uma relação de respeito mútua. ''O jovem está em processo de formação e o educador é o adulto do conflito e precisa reagir com dignidade'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Unicamp.
Mesmo não sendo entendida como bullying, trata-se de uma situação que exige a reflexão sobre o convívio entre membros da comunidade escolar. Quando as agressões ocorrem, o problema está na escola como um todo. Em uma reunião com todos os educadores, pode-se descobrir se a violência está acontecendo com outras pessoas da equipe para intervir e restabelecer as noções de respeito.
Se for uma questão pontual, com um professor apenas, é necessário refletir sobre a relação entre o docente e o aluno ou a classe. ''O jovem que faz esse tipo de coisa normalmente quer expor uma relação com o professor que não está bem. Existem comunidades na internet, por exemplo, que homenageiam os docentes. Então, se o aluno se sente respeitado pelo professor, qual o motivo de agredi-lo?'', questiona Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação “As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral”, da Universidade de Franca (Unifran).
O professor é uma autoridade na sala de aula, mas essa autoridade só é legitimada com o reconhecimento dos alunos em uma relação de respeito mútua. ''O jovem está em processo de formação e o educador é o adulto do conflito e precisa reagir com dignidade'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Unicamp.
Como deve ser uma conversa com os pais dos alunos envolvidos no bullying?
É preciso mediar a conversa e evitar o tom de acusação de ambos os lados. Esse tipo de abordagem não mostra como o outro se sente ao sofrer bullying. Deve ser sinalizado aos pais que alguns comentários simples, que julgam inofensivos e divertidos, são carregados de ideias preconceituosas.
''O ideal é que a questão da reparação da violência passe por um acordo conjunto entre os envolvidos, no qual todos consigam enxergar em que ponto o alvo foi agredido para, assim, restaurar a relação de respeito'' explica Telma Vinha, professora do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Muitas vezes, a escola trata de forma inadequada os casos relatados por pais e alunos, responsabilizando a família pelo problema. É papel dos educadores sempre dialogar com os pais sobre os conflitos - seja o filho alvo ou autor do bullying, pois ambos precisam de ajuda e apoio psicológico.
O que fazer em casos extremos de bullying?
A primeira ação deve ser mostrar aos envolvidos que a escola não tolera determinado tipo de conduta e por quê. Nesse encontro, deve-se abordar a questão da tolerância ao diferente e do respeito por todos, inclusive com os pais dos alunos envolvidos.
Mais agressões ou ações impulsivas entre os envolvidos podem ser evitadas com espaços para diálogo. Uma conversa individual com cada um funciona como um desabafo e é função do educador mostrar que ninguém está desamparado.
Mais agressões ou ações impulsivas entre os envolvidos podem ser evitadas com espaços para diálogo. Uma conversa individual com cada um funciona como um desabafo e é função do educador mostrar que ninguém está desamparado.
''Os alunos e os pais têm a sensação de impotência e a escola não pode deixá-los abandonados. É mais fácil responsabilizar a família, mas isso não contribui para a resolução de um conflito'', diz Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A especialista também aponta que a conversa em conjunto, com todos os envolvidos, não pode ser feita em tom de acusação. ''Deve-se pensar em maneiras de mostrar como o alvo do bullying se sente com a agressão e chegar a um acordo em conjunto. E, depois de alguns dias, vale perguntar novamente como está a relação entre os envolvidos'', explica Telma.
É também essencial que o trabalho de conscientização seja feito também com os espectadores do bullying, aqueles que endossam a agressão e os que a assistem passivamente. Sem que a plateia entenda quão nociva a violência pode ser, ela se repetirá em outras ocasiões.
A especialista também aponta que a conversa em conjunto, com todos os envolvidos, não pode ser feita em tom de acusação. ''Deve-se pensar em maneiras de mostrar como o alvo do bullying se sente com a agressão e chegar a um acordo em conjunto. E, depois de alguns dias, vale perguntar novamente como está a relação entre os envolvidos'', explica Telma.
É também essencial que o trabalho de conscientização seja feito também com os espectadores do bullying, aqueles que endossam a agressão e os que a assistem passivamente. Sem que a plateia entenda quão nociva a violência pode ser, ela se repetirá em outras ocasiões.
Existe diferença entre o bullying praticado por meninos e por meninas?
De modo geral, sim. As ações dos meninos são mais expansivas e agressivas, portanto, mais fáceis de identificar. Eles chutam, gritam, empurram, batem.
Já no universo feminino o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas podem ser fofocas, boatos, olhares, sussurros, exclusão. "As garotas raramente dizem por que fazem isso. Quem sofre não sabe o motivo e se sente culpada", explica a pesquisadora norte-americana Rachel Simmons, especialista em bullying feminino.
Ela conta que as meninas agem dessa maneira porque a expectativa da sociedade é de que sejam boazinhas, dóceis e sempre passivas. Para demonstrar qualquer sentimento contrário, elas utilizam meios mais discretos, mas não menos prejudiciais. "É preciso reconhecer que as garotas também sentem raiva. A agressividade é natural no ser humano, mas elas são forçadas a encontrar outros meios - além dos físicos - para se expressar", diz Rachel.
Bullying na Educação Infantil. É possível?
Sim, se houver a intenção de ferir ou humilhar o colega repetidas vezes. Entre as crianças menores, é comum que as brigas estejam relacionadas às disputas de território, de posse ou de atenção - o que não caracteriza o bullying. No entanto, por exemplo, se uma criança apresentar alguma particularidade, como não conseguir segurar o xixi, e os colegas a segregarem por isso ou darem apelidos para ofendê-la constantemente, trata-se de um caso de bullying.
"Há estudos na Psicologia que afirmam que, por volta dos dois anos de idade, há uma primeira tomada de consciência de 'quem eu sou', separada de outros objetos, como a mãe.
E perto dos 3 anos, as crianças começam a se identificar como um indivíduo diferente do outro, sendo possível que uma criança seja alvo ou vítima de bullying. Essa conduta, porém, será mais frequentes num momento em que houver uma maior relação entre pares, mais cotidiana e estabelecida com os outros'', explica Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral”, da Universidade de Franca (Unifran).
Quais são as especificidades para lidar com o bullying na Educação Infantil?
Para evitar o bullying, é preciso que a escola valide os princípios de respeito desde cedo. É comum que as crianças menores briguem com o argumento de não gostar uns dos outros, mas o educador precisa apontar que todos devem ser respeitados, independentemente de se dar bem ou não com uma pessoa, para que essa ideia não persista durante o desenvolvimento da criança.
Quando o bullying ocorre entre os pequenos, o educador deve ajudar o alvo da agressão a lidar com a dor trazida pelo conflito. A indignação faz com que a criança tenha alguma reação. ''Muitas vezes, o professor, em vez de mostrar como resolver a briga com uma conversa, incentiva a paz sem o senso de injustiça, pois o submisso não dá trabalho'', ressalta Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Quando o bullying ocorre entre os pequenos, o educador deve ajudar o alvo da agressão a lidar com a dor trazida pelo conflito. A indignação faz com que a criança tenha alguma reação. ''Muitas vezes, o professor, em vez de mostrar como resolver a briga com uma conversa, incentiva a paz sem o senso de injustiça, pois o submisso não dá trabalho'', ressalta Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O que é bullying virtual ou cyberbullying?
É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.
Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. "O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp).
Esse tormento que a agressão pela internet faz com que a criança ou o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento algum. Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio."
Esse tormento que a agressão pela internet faz com que a criança ou o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento algum. Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio."
Como lidar com o cyberbullying?
Mesmo virtual, o cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para se evitar a agressão na internet. Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue tirar do ar aquilo que foi para a rede dá à turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas. ''O que chamam de brincadeira pode destruir a vida do outro. É também responsabilidade da escola abrir espaço para se discutir o fenômeno'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Caso o bullying ocorra, é preciso deixar evidente para crianças e adolescentes que eles podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição de redes sociais ou celulares, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda. ''Mas, muitas vezes, as crianças não recorrem aos adultos porque acham que o problema só vai piorar com a intervenção punitiva'', explica a especialista.
Rvista Nova Escola
http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-escola-494973.shtml
BULLYING - EDUCACIONAL - http://www.educacional.com.br/reportagens/bullying/
Bullying - Observatório da Infância http://www.observatoriodainfancia.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=19http://pequenada.com/artigos/bullying-criancashttp://pequenada.com/artigos/bullying-criancas
prouni | fies | bolsa atleta | bolsa estudo