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LUDOTERAPIA



De repente,
Ao lembrar dos brinquedos queridos,
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário.
Me bate uma saudade,
Me bate uma vontade,
De voltar no tempo,
De voltar ao passado.
Mas nada acontece,
Nada parece acontecer,
E eu choro,
Choro como o bebê que fui,
E a criança, que quero voltar a ser.
Não quero crescer!

*Clarice Pacheco*









LUDOTERAPIA. É a psicoterapia realizada através do lúdico, "do brincar" e tem como objetivo facilitar a expressão da criança. É através do brincar que a criança tem maior possibilidade de expressar seus sentimentos e conflitos e buscar melhores alternativas para lidar com seus conflitos. Segundo Rollo May:"O ser participa da formação do seu futuro, em virtude da sua capacidade de conceber e reagir a novas possibilidades e trazê-las para fora da imaginação, experimentando-as na realidade". (Amor e Vontade - Ed. Vozes).
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Que tipo de crianças são atendidas nesta técnica psicoterápica? Que brinquedos são utilizados? Como se monta a sala de Ludoterapia? Qual o significado do brincar? Como o terapeuta se posiciona na relação com a criança?
A Ludoterapia é uma técnica psicoterápica usada no tratamento dos distúrbios de conduta infantis. Pode ser individual ou grupal. Baseia-se no fato de que o brincar é um meio natural de auto-expressão da criança.A primeira análise realizada com uma criança foi a do Pequeno Hans (Sigmund Freud) e teve grande importância por demonstrar que os métodos psicanalíticos podiam ser aplicados também às crianças. Coube a Melanie Klein desenvolver a técnica de análise de crianças. Ao iniciar seu trabalho na década de 20 desenvolveu um novo instrumento de trabalho ¨A Técnica do Brincar¨.Por meio dela foi possível alcançar as fixações e experiências mais profundamente recalcadas da criança e exercer uma influência importante em seu desenvolvimento. Melanie Klein observou que o brincar da criança poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias.Visto que não se pode exigir de uma criança que faça associações livres, tratou o brincar como equivalente a expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes. Assim como na análise de adultos, as brincadeiras infantis podem nos levar a conhecer os significados latentes e estabelecer correlações com situações experimentadas ou imaginadas por elas, fornecendo à criança a possibilidade de elaborar tais situações. A Psicoterapia Infantil, então ajudaria a criança a resolver fixações e a elaborar situações traumáticas do seu desenvolvimento.
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Exemplos de Casos Clínicos CASO UM


Caso Clínico - Jorge
Jorge, 10 anos, iniciou a terapia por apresentar um quadro de fobia e pavores noturnos. Tinha tendências a somatizar e há um ano começou a padecer de uma gastrite.Durante os primeiros momentos de sua primeira sessão, permaneceu num solene silêncio. Olhou a caixa de brinquedos sem tocar em nada, mostrando grande desconfiança e medo. Permaneceu sentado na cadeira, com os cotovelos apoiados na mesa olhando-me. Passado certo tempo interpretei-lhe que os brinquedos da caixa despertaram nele muitos temores. Sem responder-me levantou-se, dirigiu-se à caixa e com agilidade e decisão pegou a massa de modelar fazendo o rosto de um homem com uma espessa barba. Com expressão dramática perguntou-me "Vou leva-lo comigo. Posso?Fragmantos de um caso extraído do livro Psicanálise da criança. Arminda Aberastury.
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CASO DOIS
Caso Clínico - Dibs
Dibs num pulo entrou na sala de ludoterapia, abriu os braços e rodopiou em gargalhadas.- Que engraçados! Que divertido! Que gostoso! Que sala de brinquedos encantadora! Correu para a pia abriu a torneira no seu limite máximo e rindo observava a força da água jorrando. - Água! Água! Saia borbulhando espalhe-se divirta-se! Fechou a torneira dirigiu-se a casa de bonecas. Reuniu a família de bonecos e os dispôs na sala de estar. - Velhas pessoas, devo despedirme de vocês. Por isso deixei-os sentados na sala para que esperem até que outra criança venha aqui brincar com vocês. Depois que eu for embora, outra criança virá aqui para ocupar meu lugar?Dibs, um caso de Autismo.
Fragmentos de sua ultima sessão de luterapia. Virgínia Axline
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Fonte: http://www.cursodeludoterapia.com.br/o-que-e-ludoterapia.html
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BIBLIOGRAFIA QUE RECOMENDO:
1) AXLINE, Virginia. Ludoterapia. Belo Horizonte: Interlivros, 1984.
2) SILVA, Sueli Dias. Da Ludoterapia Não-diretiva à Ludoterapia Centrada na Pessoa; Reflexões: à luz da prática clínica e do desenvolvimento da Abordagem Centrada na Pessoa, sobre os “Oito Princípios da Ludoterapia Não-Diretiva” propostos por Virginia Mãe Axline. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Formação em Psicoterapia Centrada na Pessoa) Instituto Sedes Sapiense. São Paulo: 1995.
3) Experiências de um Ludoterapeuta Centrado na Pessoa - de Cíntia Bortolotto Almeida. SITE:
http://www.encontroacp.psc.br/ludoterapeuta.htm
4) DORFMAN, Eliane. Ludoterapia. In Carl R. Rogers. Terapia Centrada na Cliente (p.268-317). São Paulo: Martins Fontes, 1992.
5) FREUD ANNA, "O Tratamento Psicanalítico de Crianças", Imago Editora Ltda, RJ, 1971.
6) ABERASTURY ARMINDA, Psicanálise da Criança, Editora Artes Médicas, Porto Alegre, RS, 1982.
7) MANNONI MAUD, A criança sua "doença e os outros", Zahar Editores, Rio de Janeiro, RJ, 1971.
8) KLEIN MELANIE, Psicanálise da Criança, Editora Mestre Jou, São Paulo, SP, 1975.5.AXLINE 9) VIRGÍNIA, DIBS: Em busca de si mesmo, Livraria Agir Editora, São Paulo, SP, 1984. Melhor estudo de caso (na minha opinião é claro!) em Ludoterapia na Abordagem Humanista Existencial, produzido pelo método fenomenológioc de pesquisa. Eu trabalhei e agora pesquiso nessa area do saber-fazer: Método fenomenológico de pesquisa e Psicopedagogia Existencialista Sócio-Histórico - Sartre quando começa a associar intelecyualmente com K. Marx E Engels como em CRÍTICA DA RAZÃO DIALÉTICA. Um caso clínico é estudado no mundo (ideologias; ideologia dominante; sociedade de classes; capitalismo, selvageria e produção de subjetividades (emoçoes; desejos; sentimentos; fantasias; pensamentos; raciocínios; atenção e memória; resolução de problemas e tomadas de decisões etc.).
10) ABERATURY ARMINDA, A criança e seus jogos, Editora Vozes, Rio de Janeiro, RJ, 1972.
11).WINNICOTT D. W., A criança e o seu mundo, ZAHAR Editores, Rio de Janeiro, RJ, 1977.
12) KANNER LEO, Psiquiatria infantil, Ediciones Siglo Veinte, Buenos Aires, 1972.
13) GINOTT HAIM, "Psicoterapia de Grupo com crianças", Interlivros de Minas Gerais Ltda., Belo Horizonte, 1979.

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