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O Significado da Páscoa

Atividade Pedagógica BNCC

O Significado da Páscoa

A Páscoa na Educação Infantil

A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados.

Outras atividades de Páscoa:


continuando...

A celebração do Pessach, a Páscoa judaica é uma das mais importantes festas do calendário judaico, que é celebrada por 8 dias e comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante o reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade.

No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques.

Feliz Páscoa em diferentes idiomas

  • Inglês: Happy Easter!

  • Espanhol: ¡Feliz Pascua!

  • Italiano: Buona Pasqua!

A festa tradicional associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade, e ovos pintados com cores brilhantes, representando a luz solar, dados como presentes. A origem do símbolo do coelho vem do fato de que os coelhos são notáveis por sua capacidade de reprodução. Como a Páscoa é ressurreição, é renascimento, nada melhor do que coelhos, para simbolizar a fertilidade!

 

como surgiu o chocolate...

Quem sabe o que é "Theobroma"? Pois este é o nome dado pelos gregos ao "alimento dos deuses", o chocolate. "Theobroma cacao" é o nome científico dessa gostosura chamada chocolate. Quem o batizou assim foi o botânico sueco Linneu, em 1753.

Mas foi com os Maias e os Astecas que essa história toda começou.  O chocolate era considerado sagrado por essas duas civilizações, tal qual o ouro. Na Europa chegou por volta do século XVI, tornando rapidamente popular aquela mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. Vale lembrar que o chocolate foi consumido, em grande parte de sua história, apenas como uma bebida.

Em meados do século XVI, acreditava-se que, além de possuir poderes afrodisíacos, o chocolate dava poder e vigor aos que o bebiam. Por isso, era reservado apenas aos governantes e soldados.

Aliás, além de afrodisíaco, o chocolate já foi considerado um pecado, remédio, ora sagrado, ora alimento profano. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda, tal o valor que o alimento possuía.

Chega o século XX, e os bombons e os ovos de Páscoa são criados, como mais uma forma de estabelecer de vez o consumo do chocolate no mundo inteiro. É tradicionalmente um presente recheado de significados. E não é só gostoso, como altamente nutritivo, um rico complemento e repositor de energia. Não é aconselhável, porém, consumí-lo isoladamente. Mas é um rico complemento e repositor de energia.

 

E o coelho?

A tradição do coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.

Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é que trouxe os ovos. A mais pura verdade, alguém duvida?

No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da Antigüidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele se tenha tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa.

Mas o certo mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertililidade que os coelhos possuem. Geram grandes ninhadas!

 

Mas por que a Páscoa nunca cai no mesmo dia todo ano?

O dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 março (a data do equinócio). Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas. (A igreja, para obter consistência na data da Páscoa decidiu, no Conselho de Nicea em 325 d.C, definir a Páscoa relacionada a uma Lua imaginária - conhecida como a "lua eclesiástica").

A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa, e portanto a Terça-Feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa. Esse é o período da quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas.

Com esta definição, a data da Páscoa pode ser determinada sem grande conhecimento astronômico. Mas a seqüência de datas varia de ano para ano, sendo no mínimo em 22 de março e no máximo em 24 de abril, transformando a Páscoa numa festa "móvel".

De fato, a seqüência exata de datas da Páscoa repete-se aproximadamente em 5.700.000 anos no nosso calendário Gregoriano.

Para os curiosos, olha aí as datas da Páscoa até o ano de 2010:

  • 2000 - 23 de abril
  • 2001 - 15 de abril
  • 2002 - 31 de março
  • 2003 - 20 de abril
  • 2004 - 11 de abril
  • 2005 - 27 de março
  • 2006 - 16 de abril
  • 2007 - 08 de abril
  • 2008 - 23 de março
  • 2009 - 12 de abril
  • 2010 - 04 de abril

Vamos conhecer agora  os outros símbolos da Páscoa!

Nem só de chocolate se faz Páscoa

A Páscoa surgiu entre os pastores nômades na época pré-mosaica, anterior ao profeta Moisés. Um tempo remoto para nós, era celebrada para festejar a abertura da primavera. Naquela época as pessoas viviam apegadas apenas a pequenos rebanhos e pequenas plantações temporárias. Viajavam de um lugar para o outro sem parar e por isso eram chamadas de nômades. A proximidade da natureza fazia com que as mudanças de estação fossem motivo de festa.

A Páscoa entre os hebreus, marca a memória da saída desse povo da escravidão no Egito. Também tornou-se uma data fundamental para os cristãos quando se comemora a ressurreição de Cristo, celebrada no primeiro Domingo depois da lua cheia do equinócio de março. Equinócio é a passagem do sol pela linha do Equador quando muda de hemisfério. Essa passagem provoca mudanças climáticas. Aqui no Brasil por exemplo, no sertão nordestino as pessoas rezam pela chegada da chuva.

Por isso além do aspecto cultural, religioso há uma mudança na natureza que podemos sentir, no frescor do vento, na força da chuva. A idéia de que nossas esperanças se renovam em datas festivas carregadas de tantos significados nos deixa mais solidários, alegres e naturalmente buscamos trocar essa alegria.

Ovos representam na Páscoa o que pode nascer e vir a ser. Além das toneladas de doce chocolate, devemos adoçar nossas vidas com boas idéias, que possam germinar novas descobertas. Acreditar nessa simples possibilidade já faz da Páscoa um momento super feliz. 

Os símbolos da Páscoa

As luzes, velas e fogueiras são uma marca das celebrações pascais. Em certos países, os católicos apagam todas as luzes de suas igrejas na Sexta-feira da Paixão.

Na véspera da Páscoa, fazem um novo fogo para acender o principal círio pascal e o utilizam para reacender todas as velas da igreja. Então acendem suas próprias velas no grande círio pascal e as levam para casa a fim de utilizá-las em ocasiões especiais. O círio é a grande vela acesa na Aleluia, simbolizando a luz dos povos, em Cristo. Alfa e Ômega nela gravadas querem dizer: "Deus é o princípio e o fim de tudo".

Em muitas partes da Europa Central e Setentrional, é costume acender-se fogueiras no cume dos montes. As pessoas reúnem-se em torno delas e cantam hinos pascais.

Ainda temos como símbolos:

 o cordeiro, que simboliza Cristo, sacrificado em favor do seu rebanho;   a cruz, que mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no sofrimento de Cristo. No Conselho de Nicea em 325 d.C, Constantim decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo. Então não somente um símbolo da Páscoa, mas o símbolo primordial da fé católica;  o pão e o vinho, simbolizando a vida eterna, o corpo e o sangue de Jesus, oferecido aos seus discípulos.

E o ovo???


O Ovo, afinal!!!

Bem, o ovo também simboliza o nascimento, a vida que retorna. O costume de presentear as pessoas na época da Páscoa com ovos ornamentados e coloridos começou na antigüidade. Eram verdadeiras obras de arte!

Os egípcios e persas costumavam tingir ovos com as cores primaveris e os davam a seus amigos. Os persas acreditavam que a Terra saíra de um ovo gigante.


Os cristãos primitivos da Mesopotâmia foram os primeiros a usar ovos coloridos na Páscoa. Em alguns países europeus, os ovos são coloridos para representar a alegria da ressurreição. Na Grã-Bretanha, costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos dados aos amigos. Na Alemanha, os ovos eram dados às crianças junto de outros presentes na Páscoa. Na Armênia decoravam ovos ocos com retratos de Cristo, da Virgem Maria e de outras imagens religiosas.

No século XIX, ovos de confeito decorados com uma janela em uma ponta e pequenas cenas dentro eram presentes populares.


Mas os ovos ainda não eram comestíveis. Pelo menos como a gente conhece hoje, com todo aquele chocolate. Atualmente, as crianças encontram ovos de chocolate ou "ninhos" cheios de doces nas mesas na manhã de Páscoa. No Brasil, as crianças montam seus próprios "cestinhos de Páscoa", enchem-no de palha ou papel, esperando o coelhinho deixar os ovinhos durante a madrugada. Nos Estados Unidos e outros países as crianças saem na manhã de Páscoa pela casa ou pelo quintal em busca dos ovinhos escondidos. Em alguns lugares os ovos são escondidos em lugares públicos e as crianças da comunidade são convidadas a encontrá-los, celebrando uma festa comunitária.

Mas depois de falar tanto em ovinhos deu vontade de comer um. 

Mas só se for de chocolate!

Olá queridas amigas e vistantes!
Para aumentar os desenhos e só clicar em cima deles ok! 
Idéia muito fofa de caixinha de fósforo.
Atualizado em 14 de março de 2024

Atividade Infantil da BNCC Biologia mudanças climáticas

A importância de cuidar do meio ambiente

tags: bncc, pedagógica, download, atividade.
 
Uma atividade infantil sobre mudanças climáticas pode ser uma maneira divertida e educativa de ensinar às crianças sobre a importância de cuidar do meio ambiente. 

Aqui estão algumas ideias de atividades: 

Jogo da reciclagem: crie um jogo de reciclagem com caixas de papelão coloridas e peça às crianças para separarem os materiais recicláveis nas caixas corretas. 

Explique como a reciclagem ajuda a reduzir a quantidade de lixo que vai para os aterros sanitários e como isso pode ajudar o meio ambiente. 

Plantar mudas: leve as crianças para um local onde elas possam plantar mudas. Explique a importância das árvores para o meio ambiente e como elas ajudam a reduzir a poluição e a absorver o dióxido de carbono da atmosfera. 

Arte com materiais reciclados: peça às crianças para criar arte com materiais reciclados, como papel, garrafas plásticas e tampinhas de garrafa. Explique como reutilizar esses materiais ajuda a reduzir o desperdício e como isso pode ajudar o meio ambiente. 

Hora do conto: escolha um livro infantil que fale sobre mudanças climáticas e leia para as crianças. Depois, peça para elas desenharem o que aprenderam e compartilharem com a turma. 

Essas são apenas algumas ideias de atividades que podem ser feitas com crianças para ensiná-las sobre mudanças climáticas e a importância de cuidar do meio ambiente. 

É importante adaptar as atividades de acordo com a faixa etária das crianças e torná-las divertidas e interativas para mantê-las engajadas e interessadas no assunto.

PSICOMOTRICIDADE BNCC - VITOR FONSECA

Atividade pedagógica bncc psicomotricidade
Atividade pedagógica de psicomotricidade modelo bncc

"O brinquedo nada mais é do que a linguagem da criança"
(FESCHER, 2006).
Os jogos e as brincadeiras não costumam ser levados muito a sério pelos adultos.
Aliás, gente séria não perde um minuto do seu precioso tempo brincando.
Deve se ocupar e, sobretudo, produzir!
 
Não é a toa que as crianças modernas estão cada vez mais pressionadas por pais, educadores e o próprio meio social a executarem tarefas que não têm fim, mantendo todas as horas de seu dia bem preenchidas com atividades que vislumbram o seu "futuro" e as separam da fugaz infância.
Como educadores sabemos que nem sempre essa prática resulta na formação de pessoas competentes.
Furta-se a infância, momento único e rico de aprendizagens, as quais se tornam concretas por meio do BRINCAR.
 
Por meio do brincar espontâneo, a criança está experimentando o mundo, os movimentos e as reações, tendo assim elementos para desenvolver atividades mais elaboradas no futuro.
Através do simbólico jogo da brincadeira, a criança irá entender o mundo ao redor, testar habilidades físicas (correr, pular), funções sociais (ser o construtor, a enfermeira, a secretária), aprender as regras, colher os resultados positivos ou negativos dos seus feitos (ganhar, perder, cair), registrando o que deve ou não repetir nas próximas oportunidades (ter mais calma, não ser teimoso).
aprendizagem da linguagem e a habilidade motora de uma criança também são desenvolvidas durante o brincar.
A brincadeira permite um extravasar dos sentimentos, auxilia na reflexão sobre a situação, criando várias alternativas de conduta para o desfecho mais satisfatório ao seu desejo.

AS BRINCADEIRAS E SEUS SIGNIFICADOS

Brincar de se esconder e aparecer ou esconder e achar objetos é a primeira atividade lúdica de uma criança.
Através dessa ação ela elabora a angústia de desprendimento por um objeto que pode vir a perder.
A maioria das mães sai todos os dias para trabalhar e "desaparecem" do campo visual daquela criança, mas logo depois de terminar suas atividades volta a aparecer, com isso esse jogo simbólico ajuda o bebê a elaborar essa angústia que é ficar sem a mãe, tendo a certeza que ela vai voltar.
Esta é a forma que a(o) menina(o) experimenta de perder e recuperar aquilo que ama.
A criança também descobre através dos movimentos que ao bater em objetos pode reproduzir sons. 
Todos os sons lhe interessam e muitos lhe assustam.
Ela tenta reproduzi-los para vencer o medo.
 
Na segunda metade do primeiro ano surge novo interesse em seus brinquedos: descobre que algo oco pode conter objetos e que alguns objetos podem entrar em objeto oco.
Este grande descobrimento é o anúncio de forma adulta de manifestar amor e afetividade.
Passa, assim, a explorar tudo o que seja dessa natureza e a usar tudo o que possa servir para brincar dessa forma: os olhos, os ouvidos e a boca, lhe permitem fazer suas primeiras experiências de exploração.
 
Logo aparecerá o interesse pela bola, brinquedo que constituirá o centro de seu interesse.
Esse objeto tem um excelente valor substitutivo da mãe, pelo formato circular (similar ao ventre materno), fazendo a criança procurar um contato as vezes mais afetivo.
Porém, a bola pode ser utilizada na agressão, para bater no adulto, pois ainda não ousam a abordá-lo corporalmente.
 
Podemos citar também o interesse da criança pelas cordas.
Esta despertam desejos agressivos de dominação e servem para amarrar, enrolar, imobilizar o outro, mas as possibilidades técnicas de se fazer um nó é quase inexistente nessa idade, por isso ocorre a frustração, o que ensina a criança a conviver com esse sentimento.
A agressão é então reduzida.
A corda também servem de meio de união à distância, lembrando assim o cordão umbilical, mediador de contato.
Os bambolês, brinquedo de grande interesse dura
nte a primeira infância, são espaços fechados, dentro dos quais podemos incluir o corpo, proporcionando às crianças dobrarem o corpo neles, ficando em posição fetal.
Esse objeto serve também para capturar o outro, adulto ou criança.
 
Tal "captura", especialmente a do adulto, tem umas significações diferentes, de acordo com o que a criança está vivenciando no momento, podendo ser agressiva ou afetiva.
Assim com as bonecas, os animais prediletos serão objetos de amor e maus tratos.
O começo da aprendizagem sobre a maternidade e a paternidade se traduzirá em jogos com esse material.
 
Além desses, já citados, existem outros brinquedos eleitos pelas crianças como importantes, no decorrer de sua vida, cada qual com um valor simbólico, dependendo de sua história.
Com base nisso, Winnicott comenta que o brincar é a base fundamental da existência humana, representando, pois, a própria saúde, sendo a base de todo o agenciamento simbólico e do desenvolvimento infantil.
É bom recordar, diz o autor, que o brincar é por si mesmo uma terapia.
PSICOMOTRICIDADE
Trata-se de uma prática de mediação corporal que, através da brincadeira espontânea, oferece um espaço de liberdade no qual a criança pode se mostrar abertamente.
Através de seu corpo, emoções, fantasias, medos e conflitos a criança se apresenta com um SER inteiro e encontra, nesta proposta, um meio no qual são legitimados os seus pedidos, suas necessidades, bem como o conhecimento e o reconhecimento de si e dos outros.
TEORIA X PRÁTICA· COORDENAÇÃO DINÂMICA GLOBAL: Possibilidade do controle e da organização da musculatura ampla para a realização de movimentos complexos.
Ex: Correr, andar, saltar, rastejar, etc.·
COORDENAÇÃO MOTORA FINA: Capacidade de controlar os pequenos músculos para exercícios refinados. Ex: Recorte, colagem, encaixe, etc.·
EQUILÍBRIO: É a noção de distribuição do peso em relação a um espaço e a um tempo e em relação ao eixo de gravidade. Ex: Andar na ponta dos pés, andar com um copo de água na mão, etc.·
LATERALIDADE: É a capacidade motora de percepção integrada dos dois lados do corpo (direito e esquerdo). Ex: Pular de um pé só, cruzar a mão direita na orelha esquerda, etc.·
TÔNUS: Refere-se a firmeza muscular, está presente nos músculos em repouso e em movimento .Ex: Subir escadas, brincar de "cabo de guerra", etc·
ORIENTAÇÃO TEMPORAL: Diz respeito à maneira como a criança se situa no tempo (ontem, amanhã).
Ex: Montar o calendário da escola, contar o que fez ontem, comemorar aniversários, os planos pra amanhã, marchar, andar em diferentes velocidades, etc.·
ORIENTAÇÃO ESPACIAL: È a maneira como a criança se localiza no espaço que a circunda ("estou atrás da cadeira") e como situa as coisas, umas em relações às outras ("a bola está de baixo da mesa").Ex: Uma criança se esconde e a outra tem que dizer aonde ela está, etc.·
PERCEPÇÃO: É a capacidade de reconhecer estímulos. Ex: Jogos que dêem a capacidade de reconhecer o quente-frio, pesado- leve, seco- molhado, etc.
"O homem está no menino, só que o menino não sabe.
O menino está no homem, só que o homem esqueceu."
(ZIRALDO, 1997)
REFERÊNCIA
FONSECA, Vítor da. Psicomotricidade. 4. ed. São Paulo: Martins Fonseca, 1996.




PSICOMOTRICIDADE E O DESENVOLVIMENTO DO SER HUMANO



Para Vítor da Fonseca, "Psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurofisiológicos, psicológicos e sociais que intervêm na integração, elaboração e realização do movimento humano". 
 
Existem outros teóricos da área, Nelson Mendes, Le Boulch, Pierre Vayer, Ajuriaguerra, Paul Shilder e Piaget, que falam da importância do desenvolvimento motor como precursor de todas as demais áreas. Porém, a partir da orientação em uma pré-escola é que se pode constatar a abrangência do significado de todas as definições e de toda a teoria na prática.

Voltemos à definição de Vítor da Fonseca: quando alguns dos fatores deixa de se relacionar, o que será que acontece? Para o autor da definição, "a ausência de espaço e a privação de movimento é uma verdadeira talidomida da atual sociedade, continuando na família (urbanização) e na escola. A total não-aceitação da necessidade de movimento e da experiência corporal da criança põe em causa as atividades instrumentais que organizam o cérebro".

Na escola recebemos crianças de um a sete anos de idade – cada vez maior o número de hipotônicas (relaxamento exagerado da musculatura), descoordenadas (desajeitadas), arrítmicas (não conseguem um ajuste entre o ritmo interno e o externo), com andar de "periquito" (andar na ponta dos pés), dificuldade verbal (fala infantilizada, troca de letras, afásicas, omissões de letras etc.), dificuldade de orientação espaço-temporal, de percepção visual, de esquema corporal e de lateralidade.

Além das causas citadas por Vítor da Fonseca, ainda se juntam outras como superproteção, falta de limite, rejeição, impedimento de que cresçam e evoluam em sua independência, com mensagens do tipo: "deixa que eu faço para você, você ainda não sabe", "demora muito", "você ainda não consegue" (frases geralmente ditas pelos adultos que convivem com a criança). 
 
Também atividades do dia-a-dia como comer sozinha, ir ao banheiro e limpar-se, vestir-se, calçar, tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos etc. são adiadas. Fora os conselhos de profissionais da área de saúde de que a criança só deve ir para a escola depois dos três anos, quando já ganhou maior resistência imunológica. Então, criam-se, para os filhos de mães inexperientes, verdadeiras "bolhas" de proteção. 
 
É de sabedoria popular que somente em contato com os vírus criamos anticorpos; para isto existem as vacinas. Se não forem aplicadas antes dos três anos, as doenças da infância acontecerão depois. O que se perde nestes três anos, em que a criança ficou fora da escola numa cidade como São Paulo, só com muito esforço num consultório ou numa pré-escola, cujo enfoque é primordialmente o desenvolvimento motor, é que se poderá recuperar.

Assistimos a casos clínicos de crianças de três anos que pareciam ter transtornos neurológicos e que, na realidade, apresentavam histórico de superproteção por motivo de doença. 
 
Uma menina de três anos e meio, que era constantemente carregada pelos pais com receio de que caísse e se machucasse (porque foi muito doente após o nascimento e o pai entrava em desespero quando a ouvia chorar), apresentava um atraso motor de dois anos em seu desenvolvimento e de um ano e seis meses em sua maturidade cognitiva e emocional. 
 
Um menino extremamente inteligente na verbalização, mas que não conseguia uma produção motora coerente com o desenvolvimento da linguagem, apresentando um atraso de um ano e meio em sua realização motora, por ter tido uma doença quando iniciou a marcha e, por isso, não lhe foi deixado experimentar nada com seu corpo, porque poderia ficar com hematomas.

Depois, quando a criança não consegue ler e escrever, vem a cobrança dos pais e toda a ansiedade e expectativas que se derramam sobre a mesma; "Como eu fiz de tudo por ela e agora não está rendendo nada, como é que pode?" Justamente porque fez tudo por ela. Para Ajuriaguerra (neuro-psiquiatra infantil), "o esquema corporal é o resumo e síntese de toda a experiência corporal no mundo. É pelo esquema corporal que a criança vai conseguindo realizar movimentos cada vez mais ajustados e criadores e pelos quais fica apta a descobrir o mundo que a cerca e a envolve".

Filogeneticamente, a evolução do homem só se deu quando ficou na posição ereta e livre para usar as mãos. Foram os atos motores e a ação que desencadearam todo o nosso desenvolvimento intelectual. Começamos a construir objetos que nos deixassem mais livres para pensar e planejar. Vemos os recém-nascidos de hoje com um ritmo frenético em seu desenvolvimento motor e dizemos que as próximas gerações nascerão falando.
 
 E por quê? As faixas que amarravam os cordões umbilicais até cicatrizarem foram eliminadas, os cueiros, cobertores, mantas e toda a parafernália que envolviam os bebês e os deixavam sem movimento foram substituídos pelos macacões e fraldas descartáveis. Tudo isto permitiu uma maior movimentação e, por isso mesmo, ganho no amadurecimento neurológico e, consequentemente, motor. As antigas tabelas de expectativas do desenvolvimento motor necessitam ser revistas, para aquelas crianças às quais é permitido buscar seu desenvolvimento naturalmente, sem empecilhos.

O desenvolvimento da apreensão e a marcha vão depender tanto do amadurecimento neurológico quanto da estimulação socioafetiva que o ambiente permitir. Então, ontogeneticamente, o indivíduo também tem muito a ganhar ou a perder, dependendo da estimulação que lhe é dada. Pais que permitem que a criança fique mais tempo no chão, incentivando-a com objetos interessantes, adequados a sua idade, favorecem um desenvolvimento e amadurecimento mais rápido e harmônico.

Não devemos esquecer-nos de uma fase anterior a esta, talvez mais importante ainda, a amamentação. O importante não é só o tipo de leite, mas também a maneira como a mãe segura o bebê. Neste momento, ele percebe se ela está relaxada ou tensa, se o ato está sendo prazeroso ou não, se está sendo amado ou rejeitado pelo simples contato de pele, a maneira como é segurado e pelos batimentos do coração materno. Desta relação depende a aprendizagem do tônus muscular, se vai ser relaxado ou tenso, ou situar-se nos extremos: hipotônico ou hipertônico.

Uma mãe teve três filhos homens. Por ter o mamilo "embutido" não conseguiu amamentar e os três foram alimentados no berço, no carrinho ou no bebê conforto, somente segurando a mamadeira, sem nenhum contato físico. 
 
Por mais que fosse orientada a proceder de maneira diferente, não seguia as recomendações; conclusão: o mais velho se desempenha bem na escola, mas não consegue relacionar-se com ninguém, não tem amigos, é inseguro e só vive agarrado à mãe; o do meio apresentou atrasos na linguagem e até hoje, aos 11 anos, não consegue aprender a ler e a escrever; e o terceiro é uma criança franzina, doente, com poucos recursos motores.

No consultório atendemos muitas crianças hipotônicas, cujo histórico era o mesmo. Citando Wallon: "Até a aquisição da linguagem, o movimento se torna simultaneamente a primeira estrutura de relação com o meio, com os objetos e os outros, a partir de onde se edificará a inteligência e esta é a primeira forma de expressão emocional e de comportamento. 
 
O movimento não é um puro deslocamento no espaço nem uma adição pura e simples de contrações musculares; o movimento tem um significado de relação afetiva com o MUNDO (é a expressão material de uma dialética subjetivo-afetiva), que projeta a criança na sua história biossocial".

Outra grande conquista é o controle dos esfíncteres. Até bem pouco tempo atrás, por causa das fraldas de pano e da dificuldade em lavá-las, a criança atingia a idade de um ano e seis meses e, se coincidia com a estação do verão, a fralda era substituída pelo penico e a noturna ficava na dependência da criança amanhecer seca durante 15 dias seguidos. 
 
O processo era rápido e eficiente. Hoje, em função das fraldas descartáveis e, muitas vezes, da pouca disponibilidade do acompanhamento dos pais neste processo, vemos crianças grandes, com dois anos e seis meses a três anos, ainda usando fraldas.
 
Quando a escola se propõe a participar do processo, os pais aceitam e se comprometem a fazer o mesmo em casa, o que, no entanto, só é feito na escola; em casa, principalmente nos fins de semana e quando vão sair de carro para passear, a fralda é recolocada. Imaginem o "nó" que fica na cabeça da criança: "quando será que posso fazer xixi e cocô nas calças?"; "será que é quando eu quero ou quando eles, os adultos, querem?"; "será que sou capaz de me controlar?"; "o que será que querem de mim?"; "o controle é meu ou é deles?"

A responsabilidade dos profissionais da área de saúde que intervêm direta ou indiretamente no desenvolvimento da criança não é só o de assegurar o crescimento físico saudável, mas o de orientar os pais no sentido de que crescimento e desenvolvimento envolvem independência e esta gera sentimentos de capacidade e segurança, levando-a a ter iniciativas, a ser capaz de tomar decisões, participando ativamente do seu meio sociocultural, aprendendo a utilizar-se de todas as suas capacidades. 
 
Para Piaget, "a criança estabelece relação com o exterior através da circulação entre as percepções (assimilação) e os movimentos (acomodação) e é o conjunto de adaptações que (na sua circulação materializada pela motricidade) irá transformar a inteligência prática (sensório-motora) em inteligência reflexiva (gnósica)".

Em 14 anos de experiência orientando uma pré-escola e no final
 de cada ano aplicando uma teste de desenvolvimento do perfil-motor em crianças de três a sete anos, foi verificado um grande aumento no desenvolvimento da coordenação e da velocidade manual, em detrimento da coordenação global, do equilíbrio e da dissociação dos movimentos.
 
 Como as crianças ficam confinadas em apartamentos, sentados em frente a uma televisão ou no comando de um videogame ou computador, o que se desenvolve prematuramente são as mãos, que deveriam ser as últimas, já que uma das leis do nosso desenvolvimento neurológico é céfalo-caudal e próximo-distal, implicando numa série de não aquisições fundamentais para a aprendizagem
 
 da leitura e escrita e da organização do pensamento formal: as percepções (visual, auditiva, olfativa, gustativa e tátil), fundamentais para a assimilação do mundo externo; a coordenação motora global e o equilíbrio, importantes para o desenvolvimento espaço-temporal, interferindo nos processos de análise e síntese, na interiorização do esquema corporal que regula toda a noção de ser alguém independente e atuante e na concentração e atenção, responsáveis por diferenciar o real da fantasia e apreender as funções do pensamento mais elaboradas, como comparação, classificação, levantamento de hipóteses, suposições etc.

O objetivo é alertar sobre a necessidade de garantir à criança o direito a um desenvolvimento integral e harmônico, dando-lhe espaço para que se desenvolva, primeiramente na área motora e consequentemente na cognitiva, social e emocional. Somente assim estaremos garantindo o desenvolvimento de um ser humano na sua totalidade. Wallon lança-nos um desafio quando afirma: "Um dos grandes passos a ser realizado pela sociedade é aquele que deve unir o orgânico ao psíquico, o corpo à alma, o indivíduo ao seu grupo sociocultural".

Berenice Ferreira Leonhardt de Abreu
Pedagoga, com especialização em sociopsicomotricidade Ramain-Thiers (crianças, adolescentes e adultos). Coordenadora pedagógica da Escola de Educação Infantil Raízes. Docente do Instituto Pieron de Psicologia Aplicada dos cursos de Psicomotricidade módulos I e lI. Atuação clínica em Psicomotricidade e psicopedagogia. Mediadora do PEl.(Programa de Enriquecimento Instrumental).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

l. Fonseca, Vítor da; Mendes, Nelson - "Escola, Escola, Quem És Tu? Perspectivas Psicomotoras do Desenvolvimento Humano" - Artes Médicas, Porto Alegre, 1987.2. Fonseca, Vítor da - "Psicomotricidade" - Martins Fontes, São Paulo, 1983.

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