Educação ambiental - Lixo

por Edson Grandisoli*
“Como liberdade, justiça e democracia, sustentabilidade não possui um significado comum a todos.” John Huckle – Education for Sustainability (2001).
O conceito
A palavra sustentabilidade tem sido utilizada nos últimos anos nos mais diferentes contextos e propósitos. Por esse fato, muitos autores têm afirmado que falar em sustentabilidade simplesmente perdeu o sentido, ou seja, se tornou apenas mais um jargão em discursos politicamente corretos.
Leonardo Boff, um dos participantes na elaboração da Carta da Terra, afirma que “se a sustentabilidade representa o lado mais objetivo, ambiental, econômico e social da gestão dos bens naturais e de sua distribuição, o cuidado denota mais seu lado subjetivo: as atitudes, os valores éticos e espirituais que acompanham todo esse processo, sem os quais a própria sustentabilidade não acontece ou não se garante a médio e longo prazos”.
1320 300x200 Educação para a sustentabilidadeAs palavras de Boff trazem consigo uma das características centrais do conceito de sustentabilidade: a complexidade. O conceito moderno de sustentabilidade engloba, ao mesmo tempo, aspectos econômicos, sociais, ambientais, éticos, étnicos, políticos, culturais e comportamentais, os quais devem interagir de forma harmônica a fim de garantir a continuidade da vida no planeta, incluindo a nossa própria. Dessa forma, o conceito de sustentabilidade tornou-se a palavra de ordem – e a tábua de salvação – em quase todos os assuntos relacionados ao ser humano, seu ambiente, sua sociedade, sua economia, etc.
Dentro desse panorama, não é a toa que a palavra pode ter perdido seu significado original ao longo do tempo.
Entendendo sustentabilidade
A sustentabilidade tem ganhado espaço dentro da realidade de algumas poucas escolas no Brasil. As restrições do currículo atual, a falta de preparo específico e a grande amplitude do tema talvez sejam apenas alguns dos motivos por trás desse fato.
Na prática escolar, as possibilidades de trabalho com temas relacionados à sustentabilidade são quase infinitas. Mas afinal, como trabalhar com sustentabilidade na escola?
Movido por essa questão, em 2010, tive o privilégio de desenvolver, como consultor em conjunto com um grupo interdisciplinar de professores, um questionário com 40 questões (abertas e fechadas) sobre sustentabilidade, que foi aplicado a 113 estudantes do Ensino Fundamental II (6º a 9º anos) de uma grande escola paulistana. O objetivo do questionário foi investigar de forma mais consistente o que os jovens pensam e entendem sobre sustentabilidade e quais suas atitudes e comportamentos relacionados a ela. Considerei esse passo de investigação fundamental antes de iniciarmos qualquer tipo de intervenção em sala de aula ou fora dela.
Os resultados foram bastante animadores e gostaria de compartilhar alguns deles.
Na primeira seção do questionário, procuramos investigar como a sustentabilidade está presente no imaginário dos estudantes. Encontramos que:
•96% já ouviram falar em sustentabilidade;
•65% não estão inteiramente certos de seu significado;
•91% acreditam que todos deveriam agir de forma sustentável.
Logo de saída foi possível detectar uma aparente contradição relacionada à sustentabilidade. A grande maioria dos estudantes acredita que é importante agirmos de forma sustentável, mesmo sem saber exatamente o que é sustentabilidade. Ao mesmo tempo em que essa contradição parece negativa do ponto de vista conceitual, ela indica que o termo sustentabilidade está associado a algo positivo, que deve ser buscado e alcançado por todos.
Na segunda seção, procuramos investigar mais profundamente a compreensão dos estudantes relacionada ao conceito de sustentabilidade em si. Descobrimos que:
•71% acreditam que sustentabilidade tem como objetivo a preservação do meio ambiente e seus recursos naturais;
•Apenas um estudante apontou a si mesmo(a) como protagonista no processo de transformação do mundo em um lugar mais sustentável.
A forte associação entre sustentabilidade e preservação do meio ambiente não foi surpresa. Os melhores e mais divulgados exemplos de sustentabilidade sempre – ou na grande maioria das vezes – estão associados a uma vertente ambientalista/preservacionista/conservacionista, o que acaba resumindo o conceito de sustentabilidade a modos de melhorar a relação entre ser humano e natureza. Esse resultado vai ao encontro das ideias de Ricketts (2010), que afirma que historicamente o conceito de sustentabilidade nasceu de uma combinação de ideias e ideais do ambientalismo.
Por outro lado, apesar da visível preocupação com as questões ambientais presente no currículo escolar e documentos oficiais que norteiam nossa educação básica, as questões relacionadas à responsabilidade individual e cidadania ainda parecem distantes do pensamento e sentimento da esmagadora maioria dos estudantes avaliados. Somente um único estudante citou a si próprio(a) como responsável por tornar o mundo um lugar mais sustentável, ou seja, a responsabilidade e protagonismo está nas mãos de atores como o governo, as ONGs e os donos de indústrias, por exemplo. Esse distanciamento do papel de cidadão na busca pelo bem comum aponta, portanto, um caminho fundamental de trabalho com nossos estudantes.
Na terceira e quarta seções do questionário, avaliamos em conjunto atitudes e comportamentos dos estudantes por meio de afirmações que descrevem ações ligadas à sustentabilidade. Vale ressaltar que a grande maioria das respostas não apresentou diferenças estatisticamente significativas entre as séries analisadas. Avaliamos que:
•98% consideram a reciclagem como fundamental para a sustentabilidade;
•89% dos estudantes afirmam que sempre costumam reciclar no seu dia a dia;
•98% dos estudantes consideram que apagar a luz de cômodos onde não há ninguém é muito importante para a sustentabilidade;
•83% afirmam que sempre apagam a luz de cômodos vazios no seu dia a dia;
•89% consideram que comprar somente o essencial é muito importante para a sustentabilidade, porém, quanto mais velho o estudante avaliado, mais difícil se torna comprar apenas o essencial em seu dia a dia.
Questões como reciclagem, economia de água e luz parecem estar bem incorporadas ao dia a dia dos estudantes avaliados. Entretanto, quando esbarramos na questão do consumo, o cenário se altera sensivelmente.
Um caminho possível
Por muitos anos na minha carreira docente ouvi estudantes dizerem que “o fubá vem do bolo” e “o leite vem da caixinha”. Pode parecer engraçado na hora, mas essas afirmações acabam refletindo a desconexão dos jovens com a natureza.
De acordo com nossos resultados, o tema do consumo parece merecer destaque em projetos envolvendo o tema sustentabilidade, tanto por sua relevância na vida dos estudantes, como por permitir a construção de projetos que efetivamente abordem a complexidade envolvida na construção de um mundo mais sustentável.
Vamos considerar ainda mais três motivos que justificam esse enfoque:
•Segundo o IBGE (2010), 84% da população brasileira é urbana e, em geral, alheia ao impacto ambiental, social e econômico de seu consumo;
•Segundo o Ibope, mais de R$ 300 milhões são investidos em propaganda para estimular o consumo entre os jovens por ano;
•Consumo é um tema naturalmente interdisciplinar, promovendo a participação de diferentes áreas do conhecimento e estimulando a prática do ensino por projetos, que tendem a ser mais desafiadores e interessantes para estudantes e professores.
Em resumo, precisamos ensinar aos nossos jovens desde muito cedo que todo consumo gera um impacto econômico, social e ambiental. E, mais importante que isso, que TER não é a mesma coisa que SER.
Como fonte de inspiração, sugiro o documentário Criança, a alma do negócio, dirigido por Estela Renner.
O futuro
As gerações futuras devem ser educadas sobre como colaborar com a construção de um mundo mais sustentável desde agora, para que se tornem criticamente competentes e capazes de tomar decisões positivas do ponto de vista individual e coletivo.
Acredito que para iniciarmos de verdade uma Educação para a Sustentabilidade, um dos caminhos apontados pela nossa pesquisa é o de procurar explorar a complexidade de temas menores e ao mesmo tempo significativos para os estudantes e professores envolvidos.
Aparentemente, tratando-se de Educação para a Sustentabilidade, menos é mais.
O caminho trilhado no Reino Unido, na Escócia, no Canadá, nos Estados Unidos e na Austrália por meio das green schools já é antigo e conta com inúmeras investigações e experiências de sucesso, que vão desde a adaptação do currículo em função do tema sustentabilidade até a capacitação de professores e rearranjo completo da arquitetura escolar.
No Brasil, a história da sustentabilidade ligada à educação pode ser ainda considerada experimental – como o que acabei de apresentar – e conta com praticamente nenhum apoio nos documentos oficiais da educação básica.
Enquanto isso, vale novamente a coragem, a criatividade e a vontade de construir um futuro melhor para todos, marca registrada dos educadores brasileiros.
Para finalizar, gostaria de citar uma vez mais John Huckle: “… o papel chave da Educação para a Sustentabilidade é o de ajudar as pessoas a refletirem e agirem [...] e vislumbrarem futuros alternativos de uma forma mais consciente e democrática”.
Referências
BOFF, L. Sustentabilidade e cuidado: um caminho a seguir. Disponível em http://pousio.blogspot.com/2011/06/leonardo-boff-sustentabilidade-e.html. Consultado em 21-07-2011.
HUCKLE, J. & STERLING, S. Education for Sustainability. Earthscan Publications Limited: London, 2001.
RICKETTS, G. M. The roots of sustainability, Acad. Quest. 23, 2010, pp. 20-53.
* Edson Grandisoli é biólogo, professor de Ensino Médio, coordenador pedagógico da Escola da Amazônia e consultor em Educação para a Sustentabilidade – edson@escoladaamazonia.org.
Certamente, as restrições do currículo atual, a falta de preparo específico e a grande amplitude do tema talvez sejam apenas alguns dos motivos por trás desse fato.
(O autor) 
http://envolverde.com.br/educacao/sociedade-educacao/educacao-para-a-sustentabilidade/

A importância da reciclagem


O brincar e o Planeta


Salve o Planeta - Campanhas inteligentes para crianças e adultos


Brinquedos para cada fase do desenvolvimento

O brinquedo certo para cada idade

Escolher o brinquedo certo para cada fase do desenvolvimento infantil permite que os pequenos aprendam (e muito) com vários modelos

Fabiana Faria (novaescola@fvc.org.br)


Fotos: Fernanda Sá (bebê) e Marcelo Kura (brinquedos)
Fotos: Fernanda Sá (bebê) e Marcelo Kura (brinquedos)
Os primeiros anos de vida são o período mais importante para estimular os sentidos e a curiosidade sobre o mundo. E o brinquedo desempenha um importante papel nesse processo. "É um acessório da aprendizagem na creche porque é por ele que os pequenos estabelecem relações com tudo o que os cerca", diz a especialista em brincar Adriana Friedmann. Ainda no berço, o bebê provoca um ato sem intenção e, estimulado pela reação, o repete. Até os seis meses, a exploração dos objetos é instintiva e ele se sente estimulado a pegar o que vê pela frente para colocar na boca.

Mas o que levar em conta na hora de escolher brinquedos para utilizar num ambiente escolar? O melhor é basear-se nas etapas do desenvolvimento infantil e nos grandes marcos das conquistas motoras, como sentar, engatinhar e andar. O bom brinquedo é aquele que atende às necessidades e possibilidades de cada fase sem se ater à indicação de idade. No entanto, de nada adianta encher uma sala com diferentes tipos e não ensinar a brincar. Além de fazer uma boa seleção, é seu papel mostrar as funções de cada brinquedo para que todos sejam aproveitados ao máximo.a se descuidar da segurança. Como os pequenos adoram levar tudo à boca, evite peças miúdas, modelos muito frágeis e brinquedos que desmontam. O material mais recomendado é o tecido. O plástico, se não for maleável, pode machucar. Já a madeira, que solta lascas e objetos pontiagudos, nem pensar. Todos devem ser fáceis de lavar e higienizar para evitar riscos de contaminação. Para baratear custos, produza versões em materiais recicláveis. Reúna o material e monte embalagens atraentes para incentivar o uso, sem se esquecer de deixar tudo em locais acessíveis para as crianças. Confira acima e nas próximas páginas as indicações recomendadas por especialistas, divididas em sete blocos

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Foto: Marcelo Kura
1. Móbiles
O que são Estruturas de plástico ou madeira com objetos pendurados. Devem ser fixadas no berço.
Etapa do desenvolvimento Para bebês que ficam deitados e ainda não seguram com firmeza.
Como usar Mexa no móbile para mostrar que ele se movimenta e produz som (quando tem um guizo). Nas versões eletrônicas, basta ligar.
O que desenvolvem Eles chamam a atenção por meio de cores, formas, texturas e sons e, assim, estimulam a visão, o tato (quando o bebê tenta pegar) e a audição.
Atenção Os elementos devem estar bem presos no suporte. A hora de tirar o móbile do berço é quando o pequeno consegue puxá-lo.

Foto: Marcelo Kura
2. Mordedores e chocalhos
O que são Feitos de plástico, silicone, tecido ou vinil, têm formatos variados, como bichos, figuras geométricas e partes do corpo. Os chocalhos trazem pequenos objetos dentro.
Etapa do desenvolvimento Para bebês que seguram com firmeza.
Como usar Coloque o mordedor na mão do bebê e aproxime-o da boca, estimulando-o a morder. Balance o chocalho para mostrar que ele produz som antes de entregá-lo à criança.
O que desenvolvem Provocam sensações, estimulam a audição e também a segurar o objeto e movimentá-lo.
Atenção É fundamental verificar se eles não possuem peças que se desencaixam e possam ser engolidas. Como o bebê ainda não tem controle do movimento, não é recomendado o chocalho de plástico duro. Evite mordedores com água, pois eles podem ser perfurados.


O brinquedo certo para cada idade

Escolher o brinquedo certo para cada fase do desenvolvimento infantil permite que os pequenos aprendam (e muito) com vários modelos


Foto: Marcelo Kura
3. Caixas, cubos e blocos
O que são Objetos de papelão, plástico ou tecido que servem para empilhar e encaixar.
Etapa do desenvolvimento Para bebês que ficam sentados, com ou sem apoio.
Como usar Sente-se na frente da criança e mostre como encaixar uma peça na outra - ou montar uma pilha para ser derrubada. Repetir a brincadeira inúmeras vezes é o grande barato nessa fase.
O que desenvolvem Ao encaixar, empilhar e derrubar os objetos, o pequeno aprimora a preensão e o controle dos movimentos do braço.

Foto: Marcelo Kura
4. Bolas e carrinhos
O que são Confeccionados em diversos materiais, eles têm como principal característica a rolagem.
Etapa do desenvolvimento Para os que engatinham.
Como usar Sente-se no chão e empurre o brinquedo. O bebê se sentirá estimulado a ir atrás para pegá-lo.
O que desenvolvem Ao se deslocar para buscar o objeto, o corpo do bebê é todo trabalhado.


Foto: Marcelo Kura
5. Carrinhos de empurrar
O que são Versões em miniatura, feitas de plástico, de utensílios do cotidiano.
Etapa do desenvolvimento Para os que andam.
Como usar Com o brinquedo no chão, incline-se e mostre como empurrá-lo. Em seguida, coloque a criança em pé e convide-a a imitar a ação.
O que desenvolvem Estimulam a criança a ficar ereta e permitem que ela ande com mais autonomia.

Foto: Marcelo Kura
6. Livros
O que são Feitos de papelão ou de pano, têm grandes ilustrações e texturas.
Etapa do desenvolvimento Para os que começam a falar.
Como usar Sente ao lado da criança ou coloque-a no colo. Leia as páginas e folheie uma a uma, apontando as ilustrações. Deixe-a virar as folhas à vontade. Caso amasse ou rasgue, conserte-o.
O que desenvolvem A capacidade de virar as páginas e reconhecer figuras, como animais e personagens, o que é fundamental para desenvolver a linguagem.

Foto: Marcelo Kura
7. Fantoches, máscaras e fantasias
O que são Objetos e acessórios que possibilitam o faz-de-conta. Também entram nessa categoria as bonecas e miniaturas.
Etapa do desenvolvimento Para os que começam a falar.
Como usar Experimente alguma roupa ou adereço. Automaticamente, a criança vai querer fazer a mesma coisa. Mostre as funções dos objetos: máscara no rosto, fantoche na mão etc.
O que desenvolvem O faz-de-conta, fundamental nessa fase por ajudar a compreender o mundo real e o imaginário. E também ajudam a desenvolver a linguagem.



  • Fabiana Faria (novaescola@fvc.org.br
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