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Projeto Alimentação - Maternal



alimentação saudável
Mini Maternal do Colégio Crescer PHD
Educação Alimentar

Tema: Oba! Hoje é dia de fruta!
Temo previsto: Dois meses (3 e 5 feiras)
Turma: Maternal (2 e 3 anos)

Objetivos:
•Incentivar aos bons hábitos alimentares;
•Identificar as preferências alimentar dos alunos;
•Conscientizar os alunos sobre a importância e os motivos pelos quais nos alimentamos;
•Reconhecer os alimentos que faz bem à nossa saúde dando ênfase as frutas;
•Identificar cores, textura e os diferentes sabores das frutas.

Atividades:
•Experimentar todas as frutas separadamente
•Confeccionar cartazes e registros
•Trabalhar com as frutas de plástico
•Brincar com teatro de varas das frutas
•Fazer receitas com as frutas (Vitamina de banana, Suco de laranja, Bolo de casca de maçã, Musse de maracujá, Danone de morango, Sacolé de uva e Espetinho de fruta com chocolate)
•Pintura à dedo
•Classificação das frutas quanto a cores e tamanho

Culminância: Confecção de um livro gigante com registro de todas as atividades realizadas durante o projeto. Confecção de frutas gigantes com jornal. Anexar fotos, registros de fala, desenhos, colagens, receitas e pesquisas.

Flores de Forminhas de Papel

Oieee!!! 

Estas flores estão um mimo e também muito fáceis para fazer com a turminha do maternal ou berçário... você vai precisar somente de forminhas de doces, palitos de picolé e enfeites variados como lantejoulas, botões, papéis, algodão... depois de prontas você pode usá-las em cartões, como lembrancinhas ou onde sua imaginação te der espaço! Linda ideia para  primavera... 
A dica é deixar cada criança trabalhar com o material escolhido. Estas aqui achei estas no Kiboomu.

Também feitas com forminhas estas flores estão mais requintadas... para fazer você vai precisar de várias forminhas cortadas sobrepostas... depois faça o miolo como preferir. Do blog da Gabriela.
Outra idéia linda, que serve também como porta retrato!!!
Beijinhos!!!

Projeto alimentação

Foi entregue as crianças um texto (xerox) com o titulo “Se eu fosse um tomate”, da revista Nova Escola – editora
Abril – Ricardo Azevedo, no qual foi feita a leitura do mesmo, por um aluno voluntário e depois de relido pela
professora.
**********

Texto: Ricardo Azevedo


SE EU FOSSE UM TOMATE

Se eu fosse um tomate ia ser duro, porque, sinceramente, odeio tomate.
A pior coisa da vida, pior do que chuva nas férias, nota baixa ou ser pego em flagrante, é a gente não gostar da gente mesmo.
Se eu fosse um tomate ia detestar eu mesmo.
É gostoso comer em lanchonete, mas quando vem um cheese-salada, melhor procurar bem.Tem sempre um tomate escondido atrás da alface ou disfarçado de maionese.
Tenho certeza que eles fazem de propósito, dó pra ver a careta dos fregueses engasgados.Em lanchonete é comum, de vez em quando, ouvir uma risadinha na cozinha.
Pra falar a verdade, nem sei o que tomate é.
Se é cereal, legume, fruta, hortaliça, arbusto, tubérculo ou trepadeira.
Verdura não é, porque verdura é verde.
Talvez nasça no chão feito formiga ou minhoca.
Talvez dê em cachos.
Tudo pode ser.
Agora, a vantagem do tomate, isso ninguém descobriu.
Perguntei ao professor qual a função do tomate no mundo em que vivemos.Ele mandou calar o bico e prestar atenção na aula.
Na minha opinião, o tomate não serve para coisíssima nenhuma.
Tive dois sonhos.
No primeiro, vinha voando no céu que nem passarinho, assobiando, com aquele ventinho morno soprando no rosto.De repente me deu um treco, comecei a cair, cair, cair até me esborrachar no chão.
Quando vi, estava cheio de sangue no meio de cobras se enroscando pelo meu corpo.
Tremi.Senti o bafo manso da morte.Gritei.
Aquilo não era sangue.Era molho de tomate.Tinha caído num prato gigante de macarronada.
No outro sonho, a gente estava na classe, alguém miou imitando gato, a dona Antonieta parou a aula, jogou o giz no chão, arregalou os olhos, foi inchando, ficando vermelha, estufou e virou um tomataço enorme de óculos e rabo-de-cavalo.
Depois, puxando uma guitarra não sei de onde, começou a dançar e cantar um rock'n'roll.
Quanta maravilha a natureza nos oferece!
Sorvete crocante com cobertura de chantilly.
Maça do amor.Chocolate de pralinê.Amendoim doce em saquinhos compridos vendidos na porta dos cinemas.
Telefonei pro meu pai e perguntei quem inventou o tomate.
Ele ficou bravo, estava ocupado, mandou eu ir brincar de outra coisa.
É difícil entender o que se passa dentro de um pai.
A Marisa não acha ser tomate nada de mais.
Se ela fosse um tomate nem ia esquentar a cabeça.Ficava dependurada numa árvore ou empilhada, calmamente, numa barraca de feira.Ela disse também que ia se achar a melhor coisa da pizza.
A Marisa senta na carteira da frente.Vivo olhando os cabelos dela.Sentindo seu perfume.Quando ficar grande quero casar com ela.Vou ser milionário, comprar uma casa na Disneylândia e ficar lá beijando a Marisa o dia inteiro.
Contei pro Marcelo que eu queria ser tudo menos tomate.
Ele mandou largar a mão de ser besta.
Perguntou se eu preferia se papel higiênico.
O Marcelo é o cara mais inteligente da classe.
Ser tomate, às vezes, pode ser bem melhor.

(Ricardo Azevedo, Nova Escola)
1


************

Em um grupão, semicirculo, foi debatido o assunto alimentação saudável, onde as crianças eram
questionadas e ao mesmo tempo expuseram suas experiências e conhecimentos, todos participaram, dando exemplos,
trazendo e buscando informações para suas expectativas e um processo a qual estava começando.
Foram realizadas listas sobre os tipos de alimentos que as crianças gostam e as que não gostam e registradas e uma
tabela.
Aproveitando os dados da tabela foi feito um gráfico sobre estes dados e em um cartaz exposto para a sala e escola.
Algumas crianças da turma foram eleitas pelos demais colegas a irem até a cozinha e falar com a cozinheira
(merendeira), pedindo a ela que se fosse possível realizar na semana o dia da macarronada (com sucesso).
Trabalhando com o texto “Se eu fosse um tomate”.
Debate com o tema:
O Tomate é: legume, fruta, cereal, ou verdura?
Abre-se uma grande polêmica, pois varias crianças da turma desconhecia que o tomate é um fruto, e assim a profª
intermediária, explica que o tomate faz parte das classes dos frutos e que as pessoas utilizam-no em saladas e outros pratos
salgados com maior freqüência.
De acordo com o texto procurar significados de palavras no dicionário.
Ilustrações para colorir.
Em casa conversar com seus familiares a respeito do tomate.
Em produção coletiva, fazerem uma lista de alimentos (cesta básica), que a profª escreve no quadro, para uma
pesquisa de preço que iria ser realizada em grupo, no supermercado próximo à residência e levar na semana seguinte.
Caça–palavra
Encontrar no caça-palavras nomes de verduras, cereais e hortaliças.
Separando as silabas das palavras do caça-palavras.
Para encerrar a semana da ALIMENTAÇÂO (26 a 30 de Março) é realizados uma dramatização com fantoches
utilizando frutas, verduras e legumes com o poema:


Eu sou a LARANJA *** Eu sou a CENOURA
Meu suco faz bem *** num molho amarrada
É doce e gostoso *** Sou muito gostosa
E vitaminas contém! *** Em qualquer salada!

Eu sou a BANANA *** Eu sou o MILHO
E, bem madurinha, *** bem verde e dourado
A todos agrado, *** assim que apareço
Pois sou gostosinha! *** Já sou procurado!

Eu sou a MAÇÃ *** Eu sou a BATATA
Vermelha e cheirosa *** sou bem gorduchinha,
A casca tem ferro *** tão deliciosa
*** Cozida ou fritinha!
Eu sou a UVINHA *** Eu sou o CAQUI,
Num cacho aninhadinha,*** sou doce e saudável,
Rosada ou branquinha, *** se bem madurinho,
Muito apreciada! *** Sou apreciável!

Eu sou o ALFACE ***Eu sou o ABACATE
Tão fresca e verdinha,*** verdinho e gostoso,
Trazendo saúde ***em sorvete ou vitamina,
Em cada folhinha!** Sou tão saboroso!



Em cada folhinha! Sou tão saboroso!
O teatro de fantoches fechou a semana, todas às crianças participaram, tanto na confecção, como em sugestões,
desempenho, criatividade, autonomia, etc. na realização do teatro, que foi apresentado no palco da escola para apreciação
das demais crianças, corpo docente e funcionários do período.
Atividades realizadas na semana de 30/03/09 a 03/04/09:
Comecei a semana entregando para as crianças a letra da música “A Sobremesa” (Balão Mágico)
Cantando e ouvindo a música às crianças vão imaginando sobre uma sobremesa e através da criatividade ilustrando e
colorindo a que mais gosta, a que não gosta e uma que nunca comeu e que gostaria de experimentar.

Debate

“A importância da sobremesa para a complementação alimentar”.
Trabalhando com o texto:
Atividades:
1. Marque no texto o que se pede:
( - ) substantivos ( + ) verbos ( O ) adjetivos ( ) artigos
Escolha um verbo e conjugue-o nos três tempos: passado, presente e futuro.
TRABALHANDO EM GRUPO (4 ALUNOS).

Elabore em grupo um caderno de receitas de sobremesas.


Culinária alternativa:


Através de um texto informativo que fora entregue as crianças para que elas obtêm informações que a culinária alternativa
utiliza alimentos poucos utilizados na alimentação diária, que em muitos casos são desprezados pelas donas de casa,
movidas pelo desconhecimento do valor nutricional que possuem. Cascas, talos, sementes e folhas de vegeteis são
aproveitáveis na culinária alternativa. A multimistura ajuda a compor qualquer dieta, mantém a saúde, recupera crianças
desnutridas, aumenta o leite materno e diminui infecções.
Através de informações as crianças passam, a saber, quais os ingredientes necessários para a multimistura e quantidades
necessárias.
Passam, a saber, que pode ser feito farofa com casca de banana, maioneses de talos, patês de talos de folhas, bolinhos de
folhas de beterraba, sucos de cascas de frutas, pudins de cascas de frutas, chás, suflês ou tira gosto de sementes de
abóbora.


Elaborando cardápio

Prepare um cardápio para o café da manhã, utilizando sempre alimentos dos três grupos: (animal-vegetal-mineral) para
uma semana.

Tente variar o máximo possível.

DOMINGO: Pão com manteiga, leite com chocolate, maçã.
SEGUNDA: Chá, biscoito, mamão.
TERÇA-FEIRA: Ovo quente, torrada, suco.
QUARTA-FEIRA:
QUINTA-FEIRA:
SEXTA-FEIRA:
SÁBADO:


TRABALHANDO COM RECEITA

Pedir antecipadamente ao aluno que traga uma receita fácil de ser feita.
A turma será dividida em grupos de 4 alunos cada, para se fazer uma analise dirigida das receitas do grupo.
I. Um aluno será escolhido para copiar as receitas do grupo em folhas almaço, para realizar xerox, para passar a turma
toda posteriormente.
II. Todos os componentes do grupo deverão ler atentamente as receitas, anotando todos os ingredientes necessários na
tabela:
MODELO DA TABELA:
a professora entrega um para cada aluno.
Receita 1 – nome: _________________________________________________________________________
INGREDIENTES QUANTIDADE PREÇO

Açúcar 2 xícaras ?
Leite 2 xícaras ?
Ovos 3 unidades ?
Fermento 1 colher de sobremesa ?
Farinha de trigo 3 xícaras ?


III. Faça as outras receitas da mesma maneira.
IV. Os preços dos ingredientes deverão ser pesquisados pelos alunos em casa nos jornais, mercearias, supermercados, etc.
VI. Após esta atividade, os alunos deverão calcular o preço total de cada receita.
VII. Os alunos deverão também preencher o quadro sobre os ingredientes:


MODELO DO QUADRO:

Nome:
Origem:
Animal Vegetal
Utilização:
Unidade quilo litro
Embalagem:
Caixa garrafa unidade saco
Tempo de validade
Leite
x x x Dias
Ovos
x x x Dias
Farinha
x X x Meses
Manteiga
Açúcar
Fermento
VIII. O grupo deverá escolher um dos ingredientes para pesquisar sobre a sua origem, ilustrando.


RESGATANDO O SABER POPULAR:
O professor introduzira na aula o SABER POPULAR, onde as crianças relatarão e farão pesquisas sobre sua bagagem de
conhecimentos, de sua historia, sua vivencia e sua cultura.

PLANTAS MEDICINAIS:

DEBATE

- O Professor pedirá que os alunos relatem os conhecimentos que já tem sobre a medicina caseira.

ENTREVISTA
- Pedirá que os alunos entrevistem pessoas mais velhas sobre o tema: PLANTAS QUE CURAM.
BUSCAS
- Pedir às crianças que tragam mudas ou sementes para formarem na escola a “Hortinha Medicinal”.


ATIVIDADES INTEGRADAS SOBRE A ALIMENTAÇÃO

(geografia, português, matemática, ciências).


Produção de texto: Qual a comida que você mais gosta.


Debate:

- qual a importância dos alimentos e origem dos alimentos: animal, vegetal e mineral;
- importância da higiene dos alimentos;
- evitando o desperdício dos alimentos;
Mercadinho
- pedir aos alunos que tragam rótulos e embalagens de produtos para montagem de um mercadinho;
- utilizar o mercadinho em situações matemáticas;
1- Sou vermelha ou verde, muitos gostam de mim, fazem tortas, geléias ou suco. Meu nome só tem quatro letras. Quem
sou?
2- Tenho casca espinhenta, mas sou muito saboroso em sucos e sorvetes.Sirvo de sinônimo quando é uma tarefa chata ou
complicada de fazer. Quem sou?
3- Sou uma raiz os coelhos me adoram e minha cor é alaranjada. Quem sou?
4- Sou verdinho, o meu nome é usado para elogiar as moças bonitas. Quem sou?
5- Sou o aumentativo de pimenta, posso ser da cor verde, vermelha ou amarela. Quem sou?
6- Sou verde, pequeno e azedo, mas quando me encontro com a água e o açúcar me torno muito refrescante. Quem sou?
7- Posso ser Rubi, Itália, Roxinha, mas quando estou seca me chamam de passa. Quem sou?
8- Fico uma delicia frita com hambúrguer, mas posso virar purê, cozida ou assada. Quem sou?
9- Vivo com muita baba, por isso muitos não gostam de mim. Quem sou?
10- No dia das Bruxas, as pessoas me enfeitam, furam e colocam de noite uma vela dentro. Quem sou?

Alfabetização


ALFABETIZAÇÃO


Todos podem aprender

Nas escolas em que circulam diversos tipos de texto, como livros, jornais e revistas, os alunos lêem e escrevem mais rapidamente e se tornam capazes de buscar as informações de que necessitam

Daniel Aratangy
Daniel Aratangy
LEITORA DESDE CEDO
Ouvindo histórias e brincando com materiais diversos, Gabriela Santos, 6 anos, de São José dos Campos (SP), aprende a ler e escrever de forma lúdica
Aos poucos, a escola brasileira percebe a necessidade de se aprimorar na tarefa de alfabetizar. Cada vez mais, as redes investem na capacitação docente e muitas adotam os ciclos - que aumentam o tempo para os pequenos aprenderem a ler e escrever. Nesse mesmo sentido vai a aprovação do Ensino Fundamental de nove anos, ocorrida em fevereiro último. A medida favorecerá uma parcela da população que, por não ter acesso à Educação Infantil, estaria fora da escola e longe de um ambiente alfabetizador.
Ainda há muito o que aprimorar nessa área e a tarefa não é apenas dos professores das primeiras séries. "Estamos sempre nos alfabetizando, a cada novo tipo de texto com o qual entramos em contato durante a vida", afirma Telma Weisz, criadora do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), do Ministério da Educação (leia entrevista).
O sucesso ocorre nas escolas em que a leitura e a escrita são tratadas como conteúdo central e um meio de inserir o estudante na sociedade. "Um fator determinante para a alfabetização é a crença do professor de que o aluno pode aprender, independentemente de sua condição social", diz Antônio Augusto Gomes Batista, diretor do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Universidade Federal de Minas Gerais. Esse olhar do professor abre as portas do mundo da escrita para os que vêm de ambientes com pouco material escrito.
Trabalho nesse sentido ocorre no município de Catas Altas (MG) - um dos três casos de sucesso baseados no construtivismo mostrados nesta reportagem. Mesmo recebendo crianças que não tiveram contato com o chamado mundo letrado antes da 1ª série, os professores conseguem alfabetizar ao final de um ano.
O município de São José dos Campos (SP) apostou na Educação Infantil. Em meio a muita brincadeira, os professores lêem diariamente para os pequenos e criam situações de que a língua escrita faz parte. Já em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, duas especialistas de Língua Portuguesa e Ciências conseguiram tornar estudantes de 5a série com problemas de alfabetização aptos a acompanhar as aulas. Lendo, pesquisando e escrevendo, os adolescentes elaboraram panfletos informativos sobre prevenção à aids - um trabalho que fazia sentido para eles e que tinha uma função social.
Essas experiências ajudam a esclarecer as principais dúvidas que surgem em sala de aula na hora de alfabetizar. Com base nelas e na opinião de especialistas, respondemos a nove questões que mostram ser possível formar leitores e escritores competentes em aulas de qualquer disciplina ou série.
Meus alunos de 1ª série não têm contato com a escrita. Por onde começo?
Pedro Motta
Pedro Motta
HORA DO CONTO
Com a leitura diária, feita por Cleonice, as crianças conhecem a linguagem escrita antes de saber ler
O pouco acesso à cultura escrita se deve às condições sociais e econômicas em que vive grande parte da população. O aluno que vê diariamente os pais folheando revistas, assinando cheques, lendo correspondências e utilizando a internet tem muito mais facilidade de aprender a língua escrita do que outro cujos pais são analfabetos ou têm pouca escolaridade. Isso ocorre porque ao observar os adultos a criança percebe que a escrita é feita com letras e incorpora alguns comportamentos como folhear livros, pegar na caneta para brincar de escrever ou mesmo contar uma história ao virar as páginas de um gibi. Cabe à escola oferecer essas práticas sociais aos estudantes que não têm acesso a elas.
O ponto de partida para democratizar o contato com a cultura escrita é tornar o ambiente alfabetizador: a sala deve ter livros, cartazes com listas, nomes e textos elaborados pelos alunos (ditados ao professor) nas paredes e recortes de jornais e revistas do interesse da garotada ao alcance de todos. Esses são alguns exemplos de como a classe pode se tornar um espaço provocador para que a criança encontre no sistema de escrita um desafio e uma diversão.
Outra medida para democratizar esses conhecimentos em sala de aula é ler diariamente para a turma. "A criança lê pelos olhos do professor - porque ainda não pode fazer isso sozinha -, mas vai se familiarizando com a linguagem escrita", explica a educadora Patrícia Diaz, da equipe pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), em São Paulo.
Quando posso pedir que as crianças escrevam?
Pedro Motta
Pedro Motta
BONS MODELOS
Após ouvir muitas histórias, os estudantes criam as suas, ditadas para a Cleonice
Elas devem escrever sempre, mesmo quando a escrita parece apenas rabiscos. Ao pegar o lápis e imitar os adultos, elas criam um "comportamento escritor". E, ao ter contato com textos e conhecer a estrutura deles, podem começar a elaborar os seus. No primeiro momento, as crianças ditam e você, professor, escreve num papel grande. Além de pensar na forma do texto, nessa hora os estudantes percebem, por exemplo, que escrevemos da esquerda para a direita. "Mostro que a escrita requer um tempo de reflexão antes de ser colocada no papel", afirma Cleonice Maria Rodrigues Magalhães, professora de 1a série da Escola Municipal Agnes Pereira Machado, em Catas Altas (MG). Ela participou do Programa Escola que Vale, que capacitou professores de 1ª a 4ª série do município durante dois anos e meio.
Daniel Aratangy
Daniel Aratangy
EU QUE FIZ
Ao assinar os trabalhos, os alunos percebem como é importante saber escrever
Antes da escrita, as crianças devem definir quem será o leitor. Assim, quando você lê o texto coletivo, elas imaginam se ele compreenderá a mensagem. Nas primeiras produções haverá palavras repetidas, como "daí". Pelo contato diário com textos, os alunos já são capazes de revisar e corrigir erros. "Com o tempo, antes mesmo de ditar, eles evitam repetir palavras e pensam na melhor forma de contar a história", afirma Rosana Scarpel da Silva, professora do Infantil IV (6 anos), da Escola Municipal de Educação Infantil Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos. Em paralelo, é importante convidar a garotada a escrever no papel. Isso dá pistas valiosas sobre seu desenvolvimento.

Entrevista

"A alfabetização nunca termina"
Doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo, Telma Weisz criou o Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), lançado em 2001 pelo Ministério da Educação. Hoje coordena um programa semelhante, o Letra e Vida, na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Nesta entrevista, ela destaca que a alfabetização é um processo contínuo e fala da responsabilidade da escola para combater o analfabetismo funcional.
O que é ser alfabetizado?
Vejo a aquisição do sistema de escrita - popularmente conhecida como alfabetização e que chamamos de alfabetização inicial - como parte de um processo. Mesmo os adultos nunca dominam todos os tipos de texto e estão sempre se alfabetizando. Ser alfabetizado é mais do que fazer junções de letras, como B com A, BA.
Qual a diferença entre alfabetização e letramento?
No passado, era considerado alfabetizado quem sabia fazer barulho com a boca diante de palavras escritas. Só então estudava-se Língua Portuguesa e gramática. Para quem acredita no letramento, a criança primeiro aprende o sistema da escrita e só depois faz uso social da língua. Assim como antes, isso dissocia a aquisição do sistema das práticas sociais de leitura e escrita. Para evitar essa divisão, passamos a usar o termo cultura escrita.
Qual a importância do professor como leitor-modelo?
A leitura é uma prática e para ensinar você precisa aprender com quem faz. Porém, este é um nó: como formar leitores se você não lê bem? E como ler bem se você saiu de uma escola que não forma leitores? A solução é de longo prazo e requer programas de educação continuada que tenham um trabalho sistemático nessa área. Nas reuniões do Profa, eram dados três textos ao formador. Ele escolhia um e lia para os professores, que recebiam os três. Ao fim do ano, eles haviam lido 150 textos de vários gêneros.
Como os pais podem colaborar na alfabetização?
Lendo todos os dias para as crianças. Quem passa a primeira infância ouvindo leituras interessantes se apropria da linguagem escrita. Assim, na hora em que lê e escreve de forma autônoma, já sabe o que e como produzir. Isso também possibilita à criança entender os textos que lê.
Por que saem das escolas tantos analfabetos funcionais?
Porque a escola só reconhece como alfabetização a aquisição do sistema. Em vez de investir na competência leitora, concentra-se no ensino de gramática. Por isso há analfabetos funcionais com muitos anos de escolaridade. Formar leitores e gente capaz de escrever é uma tarefa de coordenadores, gestores e professores de todas as séries e disciplinas. Eu diria que leitura e escrita são o conteúdo central da escola e têm a função de incorporar a criança à cultura do grupo em que ela vive. Isso significa dar ao filho do analfabeto oportunidades iguais às do filho do professor universitário.
Como reverter esse quadro?
Lendo, discutindo, trocando idéias, vendo o que cada um entendeu e pesquisando em fontes diversas. É preciso tornar o texto familiar, conhecer suas características e trazer para a sala práticas de leitura do mundo real. Se a função da escola é dar instrumentos para o indivíduo exercer sua cidadania, é preciso ensinar a ler jornal, literatura, textos científicos, de história, geografia, biologia. Consegue ler bem quem teve algum tipo de oportunidade fora da escola. Os que dependem só dela são os analfabetos funcionais. E a escola faz isso porque não compreende claramente a sua função.

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